segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Retomada do Projeto Missionário Igrejas Irmãs: Franca/SP > Bom Jesus/PI




Em reunião na manhã de sábado, dia 23/09, com Dom Paulo Roberto Beloto (bispo diocesano), Pe. Valdomiro José de Souza (coordenador de pastoral) e os membros do COMIDI: Pe. Lalim Urbinatti (assessor), Diác. Carlos Lucindo (vice-assessor), Kika Alves (coordenadora), Ricardo Beletato (tesoureiro) e Robson Ferreira foram definidas novas metas para o Projeto Igrejas Irmãs, ou seja, a Missão na Diocese de Bom Jesus, no Piauí.

Dom Paulo nos detalhou a visita deles, que aconteceu em março, partilhou experiências e impressões. Assim fizeram também os padres Valdomiro e Lalim. 

A boa notícia é que o Projeto será retomado e já a partir de janeiro do próximo ano! 🎉

Para esse recomeço irão somente os membros do COMIDI, os seminaristas da Teologia e foram convidados dois membros da Pastoral Catequética Diocesana, porque Dom Marcos Tavoni (bispo de Bom Jesus) solicitou uma formação específica nessa área. 
Então lá haverá uma reunião com ele para definir os próximos passos e também será realizada a missão em alguma paróquia próxima a Bom Jesus.

A partir daí, nos próximos anos, provavelmente irá uma maior quantidade de missionários, para atingir um maior número de paróquias. Como já feito até agora. ❤

Além disso, no ano que vem, ainda em mês a definir, vai acontecer lá a missão com os jovens da Paróquia São João Batista (Franca)*, onde o Pe. Valdomiro é pároco, que serão preparados pelo COMIDI.
* Pode estender-se a outras paróquias, em uma outra oportunidade.

Haverá também a questão formativa (como já citado acima sobre a catequese), com a presença de pastorais ou de pessoas preparadas que possam ir daqui até lá para uma formação específica. 

E há a possibilidade de que a Diocese de Franca não apenas envie, mas também receba diocesanos de Bom Jesus, em uma partilha de experiências.

Já começaram os preparativos para essa missão de janeiro.

E como mais um dos frutos do Projeto e da visita feita em março, no mês de fevereiro (2018), Dom Paulo irá até Teresina, capital do Piauí, pregar o retiro para o Clero da Diocese de Bom Jesus. 

Também na reunião o COMIDI foi parabenizado pelo empenho, dedicação e pelo resultado final do 37º Encontro Estadual Missionário, que acolheu 180 pessoas do estado de São Paulo, realizado em maio na cidade de Franca.

Pedimos que rezem pelo bom êxito das missões, pelos que já estão trabalhando para que se realize e por todos que vão participar.
 Que Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier intercedam para que consigamos sempre cumprir nosso chamado de discípulos e missionários, na alegria de uma Igreja em saída. 🙏🏾




terça-feira, 30 de maio de 2017

37º Encontro Estadual Missionário - COMIRE Sul 1 CNBB



Aconteceu, dos dias 26 a 28 de maio, o 37º Encontro Estadual Missionário, do Conselho Missionário Regional (COMIRE) Sul 1 da CNBB na Paróquia Nossa  Senhora Aparecida (Capelinha), na Diocese de Franca/SP, com o tema: A Alegria do Evangelho para uma Igreja em Saída e a presença de 152 missionários de diversas dioceses do estado, mais 60 pessoas envolvidas nas equipes de trabalho que tornaram possível a realização deste Encontro em preparação para o 4º Congresso Missionário Nacional, que será realizado no mês de setembro na Arquidiocese de Olinda e Recife.

Na sexta-feira, após a recepção e jantar dos missionários, a coordenadora do COMIRE, Maria de Fátima Silva, apresentou o bispo referencial da Animação Missionária no regional: Dom José Luiz Bertanha, o bispo diocesano de Franca: Dom Paulo Roberto Beloto e o autor do Hino e da Oração do Encontro: Pe. Mário Reis Trombetta e o Frei José Carlos Barbosa, pároco da Paróquia Capelinha. Após todas as dioceses e organismos presentes terem sido acolhidos eles falaram de sua alegria pelo momento e por todos que ali estavam.

Pe. Everton Aparecido da Silva, da diocese de Presidente Prudente e assessor do COMIRE, explicou os objetivos propostos para o Encontro.

Após a Missa de Abertura, presidida por Dom Paulo na Igreja Matriz da Paróquia, os missionários foram descansar nas casas das famílias que os acolheram.       

O sábado iniciou-se com a Oração do Terço Missionário conduzido pelo Pe. José Stella da OCM (Obra dos Cenáculos Missionários).

Enquanto os missionários estavam no auditório, grupos de oração da diocese se revezaram para estar com a imagem missionária de Nossa Senhora Aparecida, em uma capela que foi montada especialmente para isso.

A assessoria foi do Pe. Estevão Raschietti, responsável pelo Centro Cultural Conforti (CCC), em Curitiba, no Paraná e que foi, por muitos anos, diretor do Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília/DF. Tendo em mãos o texto-base do Congresso Nacional, os participantes ouviram Pe. Estevão falar sobre o paradigma da saída missionária e a Igreja sinodal que é da escuta e da reciprocidade e sobre a verdadeira alegria do Evangelho que é fazer a vida se tornar um dom.

Pe. Valdomiro José de Souza, coordenador diocesano de pastoral e Pe. Fábio Girolamo, assessor de uma das Oficinas Temáticas, ambos de Franca, falaram da honra em poder acolher e participar do Encontro e sobre os temas abordados que, com certeza, trariam grande contribuição a todos.

Após o almoço, nas Oficinas Temáticas, os encontristas conversaram sobre missão, comunhão, sinodalidade, refugiados, migrantes, pastorais sociais, missão ad-gentes, vocação missionária, profecia e martírio. Tudo sob a ótica da Igreja em saída.
No plenário foram apresentadas as conclusões das Oficinas e o Pe. Estevão concluiu com uma pequena reflexão para cada tema.

A missa desse dia foi com a Comunidade Paroquial, presidida por Dom José Luiz.

Na Noite Cultural houve apresentações da Companhia de Folia de Reis Irmãos Costa e da cantora mirim Gabriele Trovo que cantou com Pe. Antônio Maria no telão e com seu pai Osmar Trovo. Houve também a oração do Ofício Divino das Comunidades com a presença de comunidades religiosas de matriz africana. Todos da cidade de Franca.

O domingo iniciou-se com a Celebração Eucarística de Envio, presidida por Dom José Luiz, onde os missionários receberam a cruz e foram motivados, pelo Evangelho do dia e pelas palavras do bispo, a serem comunicadores de esperança e paz.

Dom José Luiz e Pe. José Eugênio Fávero, da arquidiocese de Campinas e responsável pelo Projeto Missionário do Regional com a diocese de Pemba, no Moçambique, falaram sobre seus desafios e perspectivas e partilharam experiências missionárias no continente africano.

Os que irão participar do Congresso Nacional, receberam todas as orientações necessárias e nas reuniões por sub-regiões conversaram sobre formas de se articular e animar as dioceses e depois apresentaram essas conclusões no plenário.

O Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), que organizou o Encontro, partilhou a experiência de como envolveu a diocese na organização e como reduziu o custo que os participantes investem, arrecadando mantimentos e conseguindo patrocínio para os materiais. Partilhou também da imensa felicidade e satisfação das famílias que acolheram os missionários em suas casas, experiência que está em consonância ao que foi falado pelo Pe. Estevão sobre o missionário ser aquele que é acolhido, que é hospede por estar fora de sua casa, cumprindo o chamado que foi feito a todos desde o batismo.

Foi feito um agradecimento especial à equipe de cozinha, de canto, e a todos os missionários da diocese pelo carinho com que se envolveram na preparação e realização de cada momento.

A Oração de Encerramento foi um momento mariano e a entrega da imagem de Nossa Senhora Aparecida para a diocese de São José dos Campos, que sediará o Encontro em agosto de 2018.

Agora o COMIDI prepara celebrações nas paróquias das famílias acolhedoras, para agradecer pela disponibilidade e também uma celebração com todos os que trabalharam, para uma ação de graças a Deus.

Kika Alves – coordenadora do COMIDI de Franca.
































quinta-feira, 4 de maio de 2017

Hino do 37º Encontro Estadual Missionário



UMA IGREJA EM SAÍDA

1- Queremos ser Igreja em saída
Para proclamar as maravilhas do Senhor
Anunciar a Alegria do Evangelho
Aos sedentos de vida e de amor

Vamos juntos Proclamar
O Evangelho de Jesus, o Salvador
Em todos os cantos, desta Terra
Anunciar que um novo tempo já chegou.

2- A alegria que renova e comunica
O amor de Deus aos continentes e as nações
Ser transmissores de vida e santidade
Levando esperança aos corações

3- Queremos ter a sensibilidade 
Pra sairmos ao encontro do irmão
Viver no mundo trabalhando no Projeto
Da Nova Evangelização.


Letra: Pe Mário Trombetta e Aline Bonato
Música e voz: Pe Mário Trombetta


segunda-feira, 20 de março de 2017

Cartaz do 37º Encontro Estadual Missionário!

É com muita alegria que apresentamos o Cartaz do 37º Encontro Estadual Missionário! 
Estamos preparando tudo com muito amor e carinho para receber os missionários e missionárias que partilharão conosco deste momento tão especial. 






Que Deus e Nossa Senhora continuem nos abençoando! 🙏🏾

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

10 perguntas essenciais sobre o Ano Santo da Misericórdia


Um ótimo resumo com tudo o que você precisa saber sobre este grande acontecimento da Igreja Católica!

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?
Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14).
Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.
O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.

2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.

3. Quando começa e quando termina este Ano Santo?
O Ano Santo começa no dia 8 de dezembro de 2015, com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.

4. O que o Papa pede que façamos?
O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a sexta-feira e o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade da oração”.
Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.

5. É preciso ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?
Não. Você pode ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um ato de fé – recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).

6. O que são as obras de misericórdia?
Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.
Obras de misericórdia corporais:
1-Dar de comer a quem tem fome;

2-Dar de beber a quem tem sede;
3-Vestir os nus;
4-Visitar os doentes;
5-Visitar os presos;
6-Acolher os peregrinos;
7-Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:
1-Dar bom conselho;

2-Corrigir os que erram;
3-Ensinar os ignorantes;
4-Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5-Consolar os aflitos;
6-Perdoar os que nos ofenderam;
7-Rezar pelos vivos e pelos mortos.


7. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?
O Papa Francisco anunciou que enviará padres em todas as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da corrupção.

8. É necessário se confessar no Ano Santo?
Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.

9. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?
O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.

10. O Ano Santo é importante para outras religiões?
A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23); ela nos relaciona com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também os relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.

Fonte: Aleteia

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O ANÚNCIO DA FÉ: REFLEXÕES PARA AS MISSÕES POPULARES - Pe. Valdomiro José de Souza



Introdução

            A Igreja do Brasil está vivendo um proveitoso momento de reflexão sobre sua missão. A 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (2015), aprovou as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) até 2019. As diretrizes são elaboradas a cada quatro anos. De maneira especial estas Diretrizes refletem a nova forma de ser Igreja sugerida pelo Papa Francisco na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) e na sua Bula Misericordiae Vultus (O rosto da misericórdia).

            Nestes dois documentos esboçam-se os elementos, hoje necessários para a evangelização. Parte-se da Igreja em saída, expressão do primeiro, que anuncia o rosto misericordioso de Cristo, tema central do segundo, capaz de responder as angustiantes questões existências do ser humano atual.

            As Diretrizes nos indicam quem são os destinatários da missão: os que frequentam regularmente a comunidade, os que já vivem a exigência do Batismo e os que não conhecem a Jesus Cristo ou que o recusam (n.74). O anúncio parte do pressuposto de que as pessoas já não vivem mais profundamente a dimensão da sua fé, muitos até a abandonaram. Neste contexto, inicia-se o anúncio pelo Querigma como boa notícia de salvação destinada a todas as pessoas. (n.44).

            O Papa Bento XVI - preocupado com a perda dos fundamentos da fé, até por aqueles que ainda estão na Igreja - convocou ao Ano da Fé, em 2011. Com a Carta Apostólica Porta Fidei (Porta da Fé), o papa emérito convidou-nos a  “redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (n. 2).

Levando em conta que os missionários que participarão das missões populares anunciarão a alegria de viver a sua fé no Deus Trindade e que serão inquiridos sobre as razões da sua fé, proponho-me, neste artigo, a compartilhar alguns pensamentos sobre os fundamentos da nossa fé.

O encontro com Cristo como ponto de partida
  
Escolhi como ponto de partida o Evangelho de Lucas 5,1-11. O texto diz respeito ao encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos: Simão, Tiago e João.
Jesus pregava à margem do lago de Genesaré e a multidão o comprimia. Enquanto assim fazia, eis que pescadores lavavam as suas redes ao lado. A noite que se encerrara fora de profunda frustração e tristeza, pois não haviam pescado nada. Jesus sobe na barca de Simão, pedindo-lhe que afastasse um pouco da terra, para poder falar melhor à multidão. Quando termina pede a Simão que adentre a águas mais profundas a fim de pescar. Simão, um pescador experiente, homem acostumado a confiar em suas capacidades e habilidades, replica: “Mestre labutamos a noite inteira sem nada conseguir, mas em tua palavra lançarei as redes” (Lc 5,5).

Todo bom pescador sabe que quando não se pega peixe à noite, durante o dia a tarefa torna-se mais difícil. Mas, em razão do pedido do mestre ele dá este passo de confiança. Lançando as redes recolhe tamanha quantidade de peixe que precisa pedir ajuda aos outros companheiros. Ao perceber o que acontecia Simão tem medo de Jesus e lhe diz: “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um pecador” (Lc 5,8). Ao que Jesus responde: “Não tenhais medo, doravante serás pescador de homens” (Lc 5,10). Jesus muda o nome de Simão para Pedro, indicando que uma nova vida se lhe abria. Então, “atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram” (Lc 5,11).

            Simão e os outros discípulos encontravam-se em um momento chave das suas vidas. A rede vazia representava o profundo vazio existencial que lhes tomava conta. Esta metáfora traduz a condição humana que, exaustivamente, lança as redes em busca de realização e felicidade, sem nada apanhar. Isso acontece porque se Deus não está na barca da existência humana, nada pode preencher o abismo profundo da alma. Nas redes de suas vidas, Simão e os companheiros constatam que há peixes, embora pareça que nunca sejam  suficientes. Sentem que falta algo mais para encher um abismo não preenchível por nada, nem pelo aconchego da família, nem pelas compensações conjugais, nem pela presença dos filhos, nem pelo dinheiro ganho. Cabisbaixos, abatidos, desanimados, sem esperança e sem alegria, aqueles discípulos representam todo ser humano que em algum momento da sua existência repensa sua história e questiona-se ao nível dos “porquês”, formulado por questões existenciais chaves, tais como: “por que vivo?”, “para que vivo?” e “para quem vivo?”.

            Questionar-se sobre o sentido último da existência e sobre aquilo que tem valor ou não, é o primeiro passo do caminho de conversão. Quando em Pentecostes Pedro anunciou o querigma, ou seja, o anúncio da boa nova da salvação dada à humanidade por Cristo ao morrer e ressuscitar, a multidão perguntava: o que devemos fazer? A resposta não foi outra senão aquela mesma experimentada pelo próprio Pedro: seguir o mestre e pertencer, de fato, ao povo de Deus em marcha (Igreja). Isto garante a todos uma pesca milagrosa e uma rede cheia.

            Em cada tempo da nossa caminhada humana e cristã, Jesus convida a adentrar em águas mais profundas. Isto significa avançar no vasto oceano da sabedoria de Deus que nos abre a experiência da vida cristã em sua Igreja. A caminhada cristã permite perscrutar os desígnios de Deus para cada um, porque certamente, tudo aquilo que ele pensou para nós ainda não se revelou por completo. Ora, este movimento somente pode acontecer pela fé.

A fé como decisão por Deus

O que é a fé, então? Nos ensinamentos da Igreja, considerou-se que a fé é o resultado de quem deu um passo de confiança em Deus e, portanto, fez um caminho de conhecimento Dele. A fé possui sete características:

1.    É um dom de Deus que todos podem ter, mediante pedido intenso.
2.    É uma força sobrenatural, que está além da força humana e que necessariamente precisamos para alcançar a salvação.
3.    É um ato de vontade livre e de lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino.
4.    É absolutamente segura, porque garantida por Jesus.
5.    É incompleta se não for por amor, força que a faz operante.
6.    Cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele, na oração, em diálogo de vivo intercâmbio.
7.    Permite-nos a experiência antecipada da alegria de estar com Deus no Reino do Céu, aquilo que a teologia chegou a afirmar que é o “já e o ainda não”.

Para o questionamento que procura saber o como se crê? A resposta passa pela via da ligação pessoal  com Deus, que se abre para acreditar em tudo o que Ele revelou sobre si mesmo. É uma adesão e entrega nas mãos de Jesus Cristo: “Quando a fé nasce, ocorre com frequência uma perturbação ou um desassossego. O ser humano apercebe-se de que o mundo visível e o decurso normal das coisas não correspondem a tudo o que existe. Sente-se tocado por um mistério. Persegue as pistas que o remetem para a existência de Deus e encontra-se cada vez mais confiante em abordar Deus e, por fim, ligar-se a Ele livremente” (Youcat, 22).

Ao se afirmar que é na Igreja que a fé é vivida intensa e profundamente surge, inevitavelmente, a seguinte pergunta: o que tem a minha fé a ver com a Igreja? Este questionamento precisa ser abordado porque há aqueles que afirmam ter muita fé sem participar da comunidade cristã. Na tradição dos primeiros cristãos o primeiro passo da fé foi acolher e aderir a Cristo e o segundo, aprofundar essa adesão na vida da comunidade, a Igreja. Se uma pessoa adere a Jesus Cristo e não se deixa ser conduzido pelos caminhos da maturação da sua fé, corre o risco de criar a crença num “Jesus Cristo” particular, produto da sua imaginação e, portanto, distante do verdadeiro Cristo. O Papa Bento XVI afirmava que “é importante aquilo em que cremos, mas mais importante ainda é Aquele em quem cremos”. Foi para o crescimento na fé que Jesus instituiu a sua Igreja, local onde se reúnem aqueles que creem em Deus: “Cada crente dá o seu consentimento ao Credo da Igreja. Dela recebeu a fé. Foi ela que, ao logo dos séculos, lhe transmitiu a fé, a guardou de adulterações e a clarificou constantemente. Crer é, portanto, tomar parte numa convicção comum. A fé dos outros transporta-me, como também o fogo da minha fé incendeia os outros e os fortalece” (Youcat, 24).

Convictos de que a fé tem como ponto de partida a aceitação da pessoa de Cristo e como etapa subsequente, a caminhada de amadurecimento da mesma, na Igreja, pergunta-se: em que cremos? Para responder, recorremos aos conteúdos da nossa fé, que estão expressos de forma resumida no Credo que todos os domingos repetimos na Missa. As afirmações do Credo foram firmadas nos primeiros séculos do início da Igreja, quando muitas ideias tendiam a distorcer os fundamentos da fé. Professar a fé Católica é, portanto, acreditar e manifestar convictamente os artigos do Credo. Assim:

·         Cremos no Deus Trindade que é um só Deus em três pessoas reais e distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Cremos que Jesus Cristo e o Espírito Santo é Deus como o Pai.
·         Cremos no Deus criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis.
·         Cremos em Jesus Cristo, Filho único de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, gerado e não criado, de igual substância ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas e por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. Encarnou, por obra do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e, assim, se fez homem. Morreu por nós e sob o poder de Pôncio Pilatos padeceu, morreu e depois foi sepultado. Contudo, ressuscitou ao terceiro dia, conforme o testemunho das Escrituras. Subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai, até quando voltará em sua glória para julgar os vivos e os mortos e, então, o seu reino não terá fim.
·         Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho. Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, tendo falado por todos os profetas.
·         Cremos na Igreja que é una, santa, católica (universal) e apostólica. Professamos e somos fiéis a um só Batismo, defendendo-o para a libertação dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir.

  
Conclusão

Nestas missões populares em que viveremos a dimensão missionária do nosso batismo, que cada um renove, junto a Cristo, a sua fé que foi recebida da Igreja como um dom, mas também como tarefa. É dom porque dado gratuitamente por Deus. É também tarefa, de aprofundarmos o conhecimento e a vivência da fé e, ainda, testemunhá-la ao mundo.
Aventuremo-nos, porém com segurança, pelas águas profundas da sabedoria e da experiência com Deus. Como a Pedro e a seus companheiros, Jesus nos convida a não ter medo!

 Pe. Valdomiro José de Souza



Pe. Valdomiro é Coordenador Diocesano de Pastoral
e pároco da Paróquia São João Batista
na Diocese de Franca/SP.