quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

10 perguntas essenciais sobre o Ano Santo da Misericórdia


Um ótimo resumo com tudo o que você precisa saber sobre este grande acontecimento da Igreja Católica!

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?
Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14).
Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.
O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.

2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.

3. Quando começa e quando termina este Ano Santo?
O Ano Santo começa no dia 8 de dezembro de 2015, com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.

4. O que o Papa pede que façamos?
O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a sexta-feira e o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade da oração”.
Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.

5. É preciso ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?
Não. Você pode ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um ato de fé – recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).

6. O que são as obras de misericórdia?
Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.
Obras de misericórdia corporais:
1-Dar de comer a quem tem fome;

2-Dar de beber a quem tem sede;
3-Vestir os nus;
4-Visitar os doentes;
5-Visitar os presos;
6-Acolher os peregrinos;
7-Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:
1-Dar bom conselho;

2-Corrigir os que erram;
3-Ensinar os ignorantes;
4-Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5-Consolar os aflitos;
6-Perdoar os que nos ofenderam;
7-Rezar pelos vivos e pelos mortos.


7. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?
O Papa Francisco anunciou que enviará padres em todas as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da corrupção.

8. É necessário se confessar no Ano Santo?
Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.

9. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?
O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.

10. O Ano Santo é importante para outras religiões?
A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23); ela nos relaciona com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também os relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.

Fonte: Aleteia

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O ANÚNCIO DA FÉ: REFLEXÕES PARA AS MISSÕES POPULARES - Pe. Valdomiro José de Souza



Introdução

            A Igreja do Brasil está vivendo um proveitoso momento de reflexão sobre sua missão. A 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (2015), aprovou as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) até 2019. As diretrizes são elaboradas a cada quatro anos. De maneira especial estas Diretrizes refletem a nova forma de ser Igreja sugerida pelo Papa Francisco na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho) e na sua Bula Misericordiae Vultus (O rosto da misericórdia).

            Nestes dois documentos esboçam-se os elementos, hoje necessários para a evangelização. Parte-se da Igreja em saída, expressão do primeiro, que anuncia o rosto misericordioso de Cristo, tema central do segundo, capaz de responder as angustiantes questões existências do ser humano atual.

            As Diretrizes nos indicam quem são os destinatários da missão: os que frequentam regularmente a comunidade, os que já vivem a exigência do Batismo e os que não conhecem a Jesus Cristo ou que o recusam (n.74). O anúncio parte do pressuposto de que as pessoas já não vivem mais profundamente a dimensão da sua fé, muitos até a abandonaram. Neste contexto, inicia-se o anúncio pelo Querigma como boa notícia de salvação destinada a todas as pessoas. (n.44).

            O Papa Bento XVI - preocupado com a perda dos fundamentos da fé, até por aqueles que ainda estão na Igreja - convocou ao Ano da Fé, em 2011. Com a Carta Apostólica Porta Fidei (Porta da Fé), o papa emérito convidou-nos a  “redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (n. 2).

Levando em conta que os missionários que participarão das missões populares anunciarão a alegria de viver a sua fé no Deus Trindade e que serão inquiridos sobre as razões da sua fé, proponho-me, neste artigo, a compartilhar alguns pensamentos sobre os fundamentos da nossa fé.

O encontro com Cristo como ponto de partida
  
Escolhi como ponto de partida o Evangelho de Lucas 5,1-11. O texto diz respeito ao encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos: Simão, Tiago e João.
Jesus pregava à margem do lago de Genesaré e a multidão o comprimia. Enquanto assim fazia, eis que pescadores lavavam as suas redes ao lado. A noite que se encerrara fora de profunda frustração e tristeza, pois não haviam pescado nada. Jesus sobe na barca de Simão, pedindo-lhe que afastasse um pouco da terra, para poder falar melhor à multidão. Quando termina pede a Simão que adentre a águas mais profundas a fim de pescar. Simão, um pescador experiente, homem acostumado a confiar em suas capacidades e habilidades, replica: “Mestre labutamos a noite inteira sem nada conseguir, mas em tua palavra lançarei as redes” (Lc 5,5).

Todo bom pescador sabe que quando não se pega peixe à noite, durante o dia a tarefa torna-se mais difícil. Mas, em razão do pedido do mestre ele dá este passo de confiança. Lançando as redes recolhe tamanha quantidade de peixe que precisa pedir ajuda aos outros companheiros. Ao perceber o que acontecia Simão tem medo de Jesus e lhe diz: “Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um pecador” (Lc 5,8). Ao que Jesus responde: “Não tenhais medo, doravante serás pescador de homens” (Lc 5,10). Jesus muda o nome de Simão para Pedro, indicando que uma nova vida se lhe abria. Então, “atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram” (Lc 5,11).

            Simão e os outros discípulos encontravam-se em um momento chave das suas vidas. A rede vazia representava o profundo vazio existencial que lhes tomava conta. Esta metáfora traduz a condição humana que, exaustivamente, lança as redes em busca de realização e felicidade, sem nada apanhar. Isso acontece porque se Deus não está na barca da existência humana, nada pode preencher o abismo profundo da alma. Nas redes de suas vidas, Simão e os companheiros constatam que há peixes, embora pareça que nunca sejam  suficientes. Sentem que falta algo mais para encher um abismo não preenchível por nada, nem pelo aconchego da família, nem pelas compensações conjugais, nem pela presença dos filhos, nem pelo dinheiro ganho. Cabisbaixos, abatidos, desanimados, sem esperança e sem alegria, aqueles discípulos representam todo ser humano que em algum momento da sua existência repensa sua história e questiona-se ao nível dos “porquês”, formulado por questões existenciais chaves, tais como: “por que vivo?”, “para que vivo?” e “para quem vivo?”.

            Questionar-se sobre o sentido último da existência e sobre aquilo que tem valor ou não, é o primeiro passo do caminho de conversão. Quando em Pentecostes Pedro anunciou o querigma, ou seja, o anúncio da boa nova da salvação dada à humanidade por Cristo ao morrer e ressuscitar, a multidão perguntava: o que devemos fazer? A resposta não foi outra senão aquela mesma experimentada pelo próprio Pedro: seguir o mestre e pertencer, de fato, ao povo de Deus em marcha (Igreja). Isto garante a todos uma pesca milagrosa e uma rede cheia.

            Em cada tempo da nossa caminhada humana e cristã, Jesus convida a adentrar em águas mais profundas. Isto significa avançar no vasto oceano da sabedoria de Deus que nos abre a experiência da vida cristã em sua Igreja. A caminhada cristã permite perscrutar os desígnios de Deus para cada um, porque certamente, tudo aquilo que ele pensou para nós ainda não se revelou por completo. Ora, este movimento somente pode acontecer pela fé.

A fé como decisão por Deus

O que é a fé, então? Nos ensinamentos da Igreja, considerou-se que a fé é o resultado de quem deu um passo de confiança em Deus e, portanto, fez um caminho de conhecimento Dele. A fé possui sete características:

1.    É um dom de Deus que todos podem ter, mediante pedido intenso.
2.    É uma força sobrenatural, que está além da força humana e que necessariamente precisamos para alcançar a salvação.
3.    É um ato de vontade livre e de lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino.
4.    É absolutamente segura, porque garantida por Jesus.
5.    É incompleta se não for por amor, força que a faz operante.
6.    Cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele, na oração, em diálogo de vivo intercâmbio.
7.    Permite-nos a experiência antecipada da alegria de estar com Deus no Reino do Céu, aquilo que a teologia chegou a afirmar que é o “já e o ainda não”.

Para o questionamento que procura saber o como se crê? A resposta passa pela via da ligação pessoal  com Deus, que se abre para acreditar em tudo o que Ele revelou sobre si mesmo. É uma adesão e entrega nas mãos de Jesus Cristo: “Quando a fé nasce, ocorre com frequência uma perturbação ou um desassossego. O ser humano apercebe-se de que o mundo visível e o decurso normal das coisas não correspondem a tudo o que existe. Sente-se tocado por um mistério. Persegue as pistas que o remetem para a existência de Deus e encontra-se cada vez mais confiante em abordar Deus e, por fim, ligar-se a Ele livremente” (Youcat, 22).

Ao se afirmar que é na Igreja que a fé é vivida intensa e profundamente surge, inevitavelmente, a seguinte pergunta: o que tem a minha fé a ver com a Igreja? Este questionamento precisa ser abordado porque há aqueles que afirmam ter muita fé sem participar da comunidade cristã. Na tradição dos primeiros cristãos o primeiro passo da fé foi acolher e aderir a Cristo e o segundo, aprofundar essa adesão na vida da comunidade, a Igreja. Se uma pessoa adere a Jesus Cristo e não se deixa ser conduzido pelos caminhos da maturação da sua fé, corre o risco de criar a crença num “Jesus Cristo” particular, produto da sua imaginação e, portanto, distante do verdadeiro Cristo. O Papa Bento XVI afirmava que “é importante aquilo em que cremos, mas mais importante ainda é Aquele em quem cremos”. Foi para o crescimento na fé que Jesus instituiu a sua Igreja, local onde se reúnem aqueles que creem em Deus: “Cada crente dá o seu consentimento ao Credo da Igreja. Dela recebeu a fé. Foi ela que, ao logo dos séculos, lhe transmitiu a fé, a guardou de adulterações e a clarificou constantemente. Crer é, portanto, tomar parte numa convicção comum. A fé dos outros transporta-me, como também o fogo da minha fé incendeia os outros e os fortalece” (Youcat, 24).

Convictos de que a fé tem como ponto de partida a aceitação da pessoa de Cristo e como etapa subsequente, a caminhada de amadurecimento da mesma, na Igreja, pergunta-se: em que cremos? Para responder, recorremos aos conteúdos da nossa fé, que estão expressos de forma resumida no Credo que todos os domingos repetimos na Missa. As afirmações do Credo foram firmadas nos primeiros séculos do início da Igreja, quando muitas ideias tendiam a distorcer os fundamentos da fé. Professar a fé Católica é, portanto, acreditar e manifestar convictamente os artigos do Credo. Assim:

·         Cremos no Deus Trindade que é um só Deus em três pessoas reais e distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Cremos que Jesus Cristo e o Espírito Santo é Deus como o Pai.
·         Cremos no Deus criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis.
·         Cremos em Jesus Cristo, Filho único de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos, gerado e não criado, de igual substância ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas e por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos Céus. Encarnou, por obra do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e, assim, se fez homem. Morreu por nós e sob o poder de Pôncio Pilatos padeceu, morreu e depois foi sepultado. Contudo, ressuscitou ao terceiro dia, conforme o testemunho das Escrituras. Subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai, até quando voltará em sua glória para julgar os vivos e os mortos e, então, o seu reino não terá fim.
·         Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho. Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, tendo falado por todos os profetas.
·         Cremos na Igreja que é una, santa, católica (universal) e apostólica. Professamos e somos fiéis a um só Batismo, defendendo-o para a libertação dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir.

  
Conclusão

Nestas missões populares em que viveremos a dimensão missionária do nosso batismo, que cada um renove, junto a Cristo, a sua fé que foi recebida da Igreja como um dom, mas também como tarefa. É dom porque dado gratuitamente por Deus. É também tarefa, de aprofundarmos o conhecimento e a vivência da fé e, ainda, testemunhá-la ao mundo.
Aventuremo-nos, porém com segurança, pelas águas profundas da sabedoria e da experiência com Deus. Como a Pedro e a seus companheiros, Jesus nos convida a não ter medo!

 Pe. Valdomiro José de Souza



Pe. Valdomiro é Coordenador Diocesano de Pastoral
e pároco da Paróquia São João Batista
na Diocese de Franca/SP.






sábado, 31 de outubro de 2015

A MISSÃO DA FAMÍLIA - Dom Paulo Roberto Beloto




A família é um bem para o próprio casal, pois o casamento e a família estão ordenados para o bem dos esposos; é um bem para os filhos, lugar da geração da vida, da educação, da formação para valores; é um bem para a Igreja, na medida em que os pais educam seus filhos para a fé e os valores cristãos; e por fim, é um bem para a sociedade, pois é formadora de valores humanos, cívicos e da consciência moral dos filhos.

A família cristã católica está fundada no sacramento do Matrimônio, tem Jesus como centro e o próprio sacramento. Daí que a liberdade, o consentimento mútuo, a abertura e a defesa da vida, a sexualidade e a fecundidade, a paternidade responsável, a indissolubilidade, a fidelidade, a igualdade, a fé, o perdão e o amor são referências básicas e pilares da vida familiar.

O Espírito concede graças à família, mas conta com a colaboração de seus membros, principalmente do pai e da mãe. Construir a família na santidade é um caminho longo e árduo, que exige abertura, perseverança, fidelidade, determinação: exige ascese.

Indicações e regras importantes para a vida familiar.

Não se deve procurar uma família ideal, mas amar e querer bem aquela que Deus pôs em nossas mãos. É com ela que o casal e os seus filhos devem viver a vocação familiar, buscar a unidade, viver a fraternidade e a santidade.

A família não vive sem o amor de Deus Pai, sem a graça de Jesus Cristo e sem a força e a comunhão do Espírito Santo. Se Deus é o autor da família, Ele deve estar presente.

A família é uma vocação. Ser pai, ser mãe, esposo e esposa; ser filho e filha é uma vocação de amor.

Amar as diferenças, pois homem e mulher têm a sua história, o seu temperamento, as suas qualidades e limitações. As diferenças não impedem o amor e a união do casal e da família. O casal vive a unidade na diversidade.

Crescer com os problemas, já que eles normalmente estão presentes na vida do casal e da família. Eles não são maiores que a família.
Rir juntos: enfrentar as dificuldades com humor e cultivar a alegria.
Manter os vínculos familiares: cada casal e filhos constituem uma nova família, mas é bom criar condições de encontros e visitas com os familiares.

Recordar bons momentos, isto ajuda a vencer as dificuldades e dá forças à vida familiar.

É fundamental o casal reservar tempo para a família e para os filhos, pois a presença dos pais não se delega. É preciso aproveitar bem o pouco tempo disponível com os filhos, tendo grandes momentos de convivência.

Perdoar sempre. O perdão é fundamental na educação dos filhos e na vivência da vida familiar. É uma abertura para o amor.
Evitar as discussões, irritações, gritarias e palavrões dentro de casa: quem tem bons argumentos não precisa brigar. O melhor meio de vencer uma discussão é evitá-la.

Evitar citar erros passados: a pessoa é sempre maior que o seu erro.
Críticas e broncas não ajudam na formação de valores. Dar sermão e criticar é um método que nunca funcionou na educação dos filhos.
Cultivar o carinho, a cortesia, o elogio e a lealdade. Toda pessoa gosta de ser apreciada, pois este é o mais profundo princípio na natureza humana.

Evitar a monotonia e a displicência na vida familiar: o amor é criativo. A família pode crescer sempre.
Guardar segredos: não comentar com terceiros as dificuldades íntimas do casal e da família, a não ser que seja num aconselhamento espiritual.

Programar as coisas: é boa uma avaliação de vez em quando e programar as atividades conjugais e familiares.
Evitar o supérfluo: a moderação nas coisas faz bem a vida familiar. Educar os filhos para o bom uso das coisas materiais e do dinheiro.
Tornar a casa e o lar, pela ordem, ambiente, alegria, espiritualidade e acolhimento, os melhores lugares, onde os dois e os filhos se sintam livres, seguros e felizes.

Os pais educam os filhos não por aquilo que dão a eles, mas por aquilo que são.

Cuidar com carinho e amor dos membros mais frágeis da família: crianças, idosos, enfermos, deficientes.

Os filhos devem ser educados também para o trabalho, sem prejudicar os estudos, o lazer, a convivência com outras crianças, as etapas normais da infância e adolescência.

Orientar os filhos para uma aceitação do corpo, saber cuidar dele e a respeitar os seus significados.

Dom Paulo Roberto Beloto



Dom Paulo é bispo diocesano de Franca/SP.


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

MISSÃO... “EM SAÍDA” - Pe. Lalim Urbinatti




“Além-fronteiras”: Destruir os “muros” dos particularismos, sair de si mesmo, sair da “zona” de conforto, ou até mesmo, sair do marasmo religioso camuflado de perfeições. O desconforto da saída traz o conforto espiritual da dimensão recíproca da missão: Levar e trazer consigo a experiência de Deus que envia: “Senhor, até os demônios se nos submetem em teu nome!” (Lc 10,17).

Como disse o Santo Padre, Papa Francisco, “ Evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: “Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28, 19s). O Papa continua dizendo que na Palavra de Deus aparece constantemente o dinamismo de “saída” que Deus quer provocar nos crentes. Por isso mesmo deseja e exorta uma Igreja “em saída”. (EG)
Desde sempre Deus “incomoda” alguém tirando-o do seu lugar para uma missão específica. Assim também, Jesus, como enviado do Pai “Não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9,58). Por isso disse Ele, “assim como meu Pai me enviou assim também eu vos envio”, incomodando seus discípulos: “Ide...”.

Hoje, ainda, o Espírito Santo não deixa de “incomodar” sua Igreja, suscitando pessoas e tempos oportunos para indicar a necessidade de “sair”... Diz ainda o Santo Padre que “cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas somos todos convidados a aceitar esse chamado: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho... A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade de discípulos, é uma alegria missionária... Essa alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar... Mas tem sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além. O Senhor diz: “Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim” (Mc 1,38), (EG).

O tempo urge. O Espírito Santo se encarrega de criar essa “tensão” no “coração” da Igreja para que ela não esteja voltada unicamente para sua dimensão institucional. A missão, da mesma forma que é a natureza essencial da Igreja, é parte essencial do meu ser como batizado. “Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso consideramo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar” (EG).

“Sai da tua terra e vai...” Para onde?? Antes de sair, onde estou??



Pe. Lalim é pároco da paróquia São Joaquim, em São Joaquim da Barra,
e assessor do COMIDI.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

MISSÕES POPULARES, SINAL DO AMOR DE DEUS - Cristiane V. Madaleno



Missão no dicionário: Incumbência que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem e também conjunto de pessoas a que se confere uma tarefa.
Foi assim, vendo o sentido literal da palavra “missão”, que comecei a me familiarizar com o projeto das Missões Populares porque, quando foi falado pelo nosso pároco Padre Ovídio, fiquei bem assustada e não me sentindo capaz de cumprir o que estava sendo proposto, era algo bem fora da minha realidade, mas por obediência comecei a participar das reuniões de preparação da formação que seria feita, fui entendendo um pouquinho e aprendendo muito e resolvi, apesar do medo, encarar esse desafio e entender o chamado que JESUS me faz diariamente de sair do meu mundinho para ir de encontro do outro no mundo lá fora, que é desafiador. Afirmo que esta sendo uma experiência inacreditável, que somente quem vive sabe do que estou falando.
Sair batendo de porta em porta sem saber o que iremos encontrar no caminho é assustador, mas ao mesmo tempo fascinante e partilhamos que levamos apenas o que somos para recebermos mais que merecemos. Ver as pessoas te recebendo sem te conhecer com tanto respeito e carinho e lhe confiar o mais valioso que é seu intimo, dividindo um pouquinho de sua vida só DEUS explica. 
Quem ainda não viveu essa experiência abençoada esta em tempo de se juntar aos missionários de sua paróquia porque o mundo esta carente de pessoas que dedicam um pouquinho do seu tempo aos mais necessitados esses não somente de alimento ou alguma coisa material e sim te atenção, carinho.

Cristiane é da paróquia São Sebastião, em Franca. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ALMA MISSIONÁRIA - Francine Alvarenga


Missão não é mudar de terra, mas ser a terra santa para o irmão!    
Meu nome é Francine, 27 anos, sou católica desde o berço aprendi a rezar muito cedo, acredito no Papai do Céu e nos anjos que nos protegem, que Nossa Senhora passa a frente de todas as situações e nos cobre sempre com seu manto sagrado.
Fui catequista e sou serva da RCC há 12 anos. Porém em 2011 conheci uma parte da igreja que me deixou fascinada, pela missão, pelo acolhimento, pelo entendimento: o COMIDI.  
Eu nunca havia pôsto em prática toda fé que dizia professar. Foi difícil, joelhos no chão, madrugadas acordada, para descobrir o verdadeiro sentido de uma oração.
Aprendi sobre um amor que preenche o coração e não deixa brechas, um amor que se faz invisível e presente, que é sensível, mas se faz forte. Um amor que venceu a morte e que se fez grande milagre naquele pequeno casabre em Belém; para tornara-se um: Deus e o ser humano.
Esse amor maior deu graça e gosto a minha vida que parecia desmoronada.
É uma honra servir ao nosso Deus. Em 2013 fui convidada para participar do Projeto Igrejas Irmãs, foi maravilhoso participar dessa missão, todo estudo, evangelização, encorajar outras pessoas de viver novos horizontes.
Foi engraçado porque no começo as pessoas me achavam louca, minha mãe não deu muita bola, minha família foi totalmente contra. Mas Deus providenciou tudo e fez um caminho muito feliz para eu percorrer.
A experiência fora foi fantástica e formativa. A lição mais importante foi partilhar diferentes situações de amor com os irmãos da diocese de Bom Jesus. Com a Missão vivenciamos isso tudo na prática através do conviver.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, quando se retorna, você não deixa de ser missionária, porque MISSÃO não é um status, missão é posicionamento de vida.
Hoje sou grata pela experiência fora da minha terra, do meu estado, fora do que convivia, mas o que sou mais grata é que meu coração e minha alma se tornaram missionários e independente de onde estou e para onde vou quero apenas anunciar.
  
Missão se faz com os pés dos que vão, com os joelhos dos que ficam e com as mãos que contribuem.

Francine atualmente mora em Curitiba/PR
e participa da Pascom arquidiocesana.

domingo, 18 de outubro de 2015

SERVIR É MISSÃO DO CRISTÃO - Pe. Camilo Pauletti




A vida é missão. A Igreja peregrina é missionária por sua natureza e deve estar sempre em movimento, em saída. Presente em todo o mundo, a Igreja dialoga com as culturas, as religiões e os pobres, assim como proclama e testemunha profeticamente o Evangelho, seguindo sempre o mandato do Senhor: "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia a toda humanidade" (Mc 16,15)
No mês de outubro, Mês das Missões, somos convidados a intensificar as iniciativas e ações missionárias. O tema da Campanha Missionária 2015 nos faz recordar as ações de Jesus: “Missão é servir”. Isso é reforçado pelo lema: "Quem quiser ser o primeiro seja o servo de todos" (Mc. 10,44). Com isso a Campanha nos motiva a continuar a própria ação de Jesus, o enviado do Pai que entrega sua vida no serviço.

Hoje, mais do que nunca, a missão precisa ser pensada e realizada no espírito e na prática do diálogo. Deus está presente antes de nossa chegada em qualquer realidade. Por isso o missionário é um colaborador na Missão de Deus. Nós somos instrumentos e nossos dons e capacidades devem ser colocadas a serviço de quem mais precisa.

Confira todas as informações sobre a Campanha Missionária 2015.

Na ação missionária existe uma troca mútua de presentes entre os missionários e as pessoas com quem eles trabalham. Missão não é apenas fazer coisas para as pessoas. É, em primeiro lugar, uma questão de ser com as pessoas, e também ouvi-las e compartilhar com elas. Os cristãos em missão inspiram, desafiam, encorajam e iluminam. Em diversos contextos os missionários e missionárias são profetas e guias de trilhas na jornada da vida.


Lembramos que missão é doação. A generosidade muda tudo em alegria, o egoísmo muda tudo em tristeza. A solidariedade com os necessitados e carentes é o primeiro passo para iniciar nova vida, e sem desprendimento não há verdadeira conversão.



Devemos motivar as pessoas para o sacrifício, a doação e a oferta. Quantos nos agradecem por darmos oportunidade de oferecerem seus frutos e compartilhar com aqueles que têm maior necessidade. Quando os cristãos são conscientizados do valor das atividades missionárias, colaboram com gosto. Este gesto de dar, de oferecer algo de si, traz uma imensa alegria e conforto. Por isso, somos responsáveis por esta motivação. Os dons crescem e se multiplicam quando são partilhados com os outros, mas quando os seguramos só para nós mesmos eles enfraquecem e perdem valor. Aquele que não sabe doar daquilo que é e tem torna-se miserável.



A alegria de servir faz a pessoa ser mais feliz e realizada. Em nossa caminhada encontramos muitos missionários sejam leigos, consagrados, pessoas simples que servem e amam os pobres, fazendo de suas vidas uma missão, um louvor ao Senhor da vida. O testemunho de pessoas que se entregam, se gastam e se doam em favor de outros, marca a vida. Os bons exemplos de doação em favor dos pequenos devem ser nossas referências. Um cristão só é feliz se souber servir.



Neste final de semana, dias 17 e 18 de outubro, será realizada a Coleta do Dia Mundial das Missões. As ofertas devem ser integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias (POM) que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo. Sejamos generosos na cooperação com a missão de Deus em todo o mundo.
  


Pe.  Camilo Pauletti







 Padre Camilo, é diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM).

sábado, 17 de outubro de 2015

MISSÃO: NECESSIDADE DA HUMANIDADE - Aline Bonato





 Assim como o Filho foi enviado pelo Pai, assim também Ele enviou os Apóstolos (cf. Jo. 20,21) dizendo: « ide, pois, ensinai todas as gentes... “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos» (Mt. 28, 19-20). A Igreja recebeu dos Apóstolos este mandato solene de Cristo, de anunciar a verdade da salvação através do Apóstolo: «ai de mim, se não anunciar o Evangelho» (1 Cor. 9,16), e por isso continua a mandar incessantemente os seus arautos, até que as novas igrejas se formem plenamente e prossigam, por sua vez, a obra da evangelização.

Assim, ao celebrarmos as Missões, neste mês de Outubro, podemos nos questionar sobre a situação atual da Igreja no Brasil e no mundo e a sua disponibilidade para a Missão, porem, podemos simplesmente sondar o nosso próprio coração e analisarmos a  nossa participação ou o nosso desejo de querer ser Igreja e “ ir ao encontro do rosto de Cristo presente no irmão”. Pois, tendo feito um encontro pessoal com o Ressuscitado, é natural,  é automático, é a consequência levar o “Anúncio”,  a “Palavra”, “a própria vida” ao próximo. Pelo batismo, carregamos conosco esse múnus, trazemos em nós a marca de Cristo que tantos deste mundo gostariam de conhecer ou de experimentar. Cabe a nós mostrarmos.
Todo chamado induz a um “levantar-se”, “pôr-se a caminho”, “ir”, sair de si mesmo e fazer comunhão com o outro, algumas vezes longe, em outra cidade, outro estado,  outro país ou continente, outras vezes, perto,  dentro da nossa própria casa,  do nosso convívio. Um ir junto ao sentimento, à história, ao desejo do coração do outro por Jesus Cristo que transparece em nós.
Desde os patriarcas, reis e juízes, profetas, discípulos de Jesus das sagradas escrituras, aos santos e santas que viveram há muito tempo e santos e santas do nosso tempo de hoje, de agora, tiveram e tem esse papel fundamental: ser Igreja, ser Comunhão, ser Comunidade que acolhe que testemunha, que insere e atualiza o tempo vigente às necessidades da humanidade, que luta, que tem um coração desprendido de si mesmo, capaz de acolher. Isso é missão, isso é Vocação, é resposta ao chamado. 
Hoje o apelo é grande, pois não vivemos uma época de mudança, e sim uma mudança de época em que tudo parece perdido e acabado, porem  ao fazer uma releitura da história, percebemos que é aí que atuam os profetas, os santos, os  missionários, que não se cansam de lutar pela verdade,  de ajudar os sofridos,  de levar a Boa Nova aos lugares mais inóspitos e profundos  dos corações dos homens. Eis a nossa tarefa, eis a nossa Missão!


Aline Bonato


Aline é leiga consagrada do Instituto Missionárias Diocesanas
De Jesus Sacerdote e integrante da Pastoral Vocacional na Diocese de Franca.





terça-feira, 13 de outubro de 2015

MARIA MÃE DO SIM, MÃE DA MISSÃO - Aldair Alves



Falar de missão e não citar Maria, é o mesmo que fazer missão e não levar amor ao próximo! A virgem Maria nos ensina SEMPRE a dar o sim aos planos de Deus.
Assumindo este sim, Maria faz com que os planos do Pai se tornem serviços, ações de amor para o outro. Quando respondemos SIM a Deus nos tornamos mais sensíveis as necessidades dos outros, nos tornamos missionários. Foi o que Maria fez ao visitar sua prima Isabel.

 Sem saber o que estava acontecendo ou o que iria acontecer, Maria se entrega e confia nos planos de Deus. Com essas e outras atitudes, a Santa Virgem nos revela a grandeza que tem o sim dado com amor. A missão as vezes pode parecer um pequeno e simbólico gesto de solidariedade e generosidade, porém, muito mais do que isso um sim dado com amor nos revela a grandiosidade de uma vida doada as vontades de Deus Pai.
Que neste mês de outubro, possamos rezar pelas missões, por todos os missionários. Peçamos a Maria nossa Mãe, que nos ensine a enxergar os planos de Deus, a responder o sim com amor, generosidade, alegria e que nos de a docilidade de fazer a missão que Deus nos dá de maneira que coloquemos o próximo em primeiro lugar.

De maneira especial rezemos pela Diocese de Franca que se encontra em um momento riquíssimo com as santas missões populares bendizendo a Deus pela criação de nossa Diocese. Que Maria rogue por todos os missionários e por cada pessoa ou família que receba esta doce visita missionária assim com Isabel recebeu!


 Aldair Alves



Aldair é seminarista da Filosofia no Seminário Diocesano
Nossa Senhora do Patrocínio, em Franca/SP.