sábado, 31 de outubro de 2015

A MISSÃO DA FAMÍLIA - Dom Paulo Roberto Beloto




A família é um bem para o próprio casal, pois o casamento e a família estão ordenados para o bem dos esposos; é um bem para os filhos, lugar da geração da vida, da educação, da formação para valores; é um bem para a Igreja, na medida em que os pais educam seus filhos para a fé e os valores cristãos; e por fim, é um bem para a sociedade, pois é formadora de valores humanos, cívicos e da consciência moral dos filhos.

A família cristã católica está fundada no sacramento do Matrimônio, tem Jesus como centro e o próprio sacramento. Daí que a liberdade, o consentimento mútuo, a abertura e a defesa da vida, a sexualidade e a fecundidade, a paternidade responsável, a indissolubilidade, a fidelidade, a igualdade, a fé, o perdão e o amor são referências básicas e pilares da vida familiar.

O Espírito concede graças à família, mas conta com a colaboração de seus membros, principalmente do pai e da mãe. Construir a família na santidade é um caminho longo e árduo, que exige abertura, perseverança, fidelidade, determinação: exige ascese.

Indicações e regras importantes para a vida familiar.

Não se deve procurar uma família ideal, mas amar e querer bem aquela que Deus pôs em nossas mãos. É com ela que o casal e os seus filhos devem viver a vocação familiar, buscar a unidade, viver a fraternidade e a santidade.

A família não vive sem o amor de Deus Pai, sem a graça de Jesus Cristo e sem a força e a comunhão do Espírito Santo. Se Deus é o autor da família, Ele deve estar presente.

A família é uma vocação. Ser pai, ser mãe, esposo e esposa; ser filho e filha é uma vocação de amor.

Amar as diferenças, pois homem e mulher têm a sua história, o seu temperamento, as suas qualidades e limitações. As diferenças não impedem o amor e a união do casal e da família. O casal vive a unidade na diversidade.

Crescer com os problemas, já que eles normalmente estão presentes na vida do casal e da família. Eles não são maiores que a família.
Rir juntos: enfrentar as dificuldades com humor e cultivar a alegria.
Manter os vínculos familiares: cada casal e filhos constituem uma nova família, mas é bom criar condições de encontros e visitas com os familiares.

Recordar bons momentos, isto ajuda a vencer as dificuldades e dá forças à vida familiar.

É fundamental o casal reservar tempo para a família e para os filhos, pois a presença dos pais não se delega. É preciso aproveitar bem o pouco tempo disponível com os filhos, tendo grandes momentos de convivência.

Perdoar sempre. O perdão é fundamental na educação dos filhos e na vivência da vida familiar. É uma abertura para o amor.
Evitar as discussões, irritações, gritarias e palavrões dentro de casa: quem tem bons argumentos não precisa brigar. O melhor meio de vencer uma discussão é evitá-la.

Evitar citar erros passados: a pessoa é sempre maior que o seu erro.
Críticas e broncas não ajudam na formação de valores. Dar sermão e criticar é um método que nunca funcionou na educação dos filhos.
Cultivar o carinho, a cortesia, o elogio e a lealdade. Toda pessoa gosta de ser apreciada, pois este é o mais profundo princípio na natureza humana.

Evitar a monotonia e a displicência na vida familiar: o amor é criativo. A família pode crescer sempre.
Guardar segredos: não comentar com terceiros as dificuldades íntimas do casal e da família, a não ser que seja num aconselhamento espiritual.

Programar as coisas: é boa uma avaliação de vez em quando e programar as atividades conjugais e familiares.
Evitar o supérfluo: a moderação nas coisas faz bem a vida familiar. Educar os filhos para o bom uso das coisas materiais e do dinheiro.
Tornar a casa e o lar, pela ordem, ambiente, alegria, espiritualidade e acolhimento, os melhores lugares, onde os dois e os filhos se sintam livres, seguros e felizes.

Os pais educam os filhos não por aquilo que dão a eles, mas por aquilo que são.

Cuidar com carinho e amor dos membros mais frágeis da família: crianças, idosos, enfermos, deficientes.

Os filhos devem ser educados também para o trabalho, sem prejudicar os estudos, o lazer, a convivência com outras crianças, as etapas normais da infância e adolescência.

Orientar os filhos para uma aceitação do corpo, saber cuidar dele e a respeitar os seus significados.

Dom Paulo Roberto Beloto



Dom Paulo é bispo diocesano de Franca/SP.


Nenhum comentário:

Postar um comentário