sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ESPIRITUALIDADE, MISSIONARIEDADE, CARIDADE - Diác. José Carlos Pascoal



A espiritualidade leva à Missão; a Missão promove o anúncio e a Caridade; a Caridade se coloca em socorro aos pobres e excluídos.



A Campanha da Fraternidade de 2015 com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, e o lema “Eu vim para servir” (Mc 10,45) nos oferece pistas de ação para promover e defender a justiça social neste país tão atribulado politica/social/economicamente falando. É momento propício de refletir como nós, os cristãos, estamos agindo como cidadãs e cidadãos.

“A fé cristã deve incidir em todas as dimensões da vida, e não só no âmbito privado. Ela deve chegar à expressão política, que apresenta entre suas finalidades principais a promoção do bem comum e da justiça social. O próprio Concílio Vaticano II afirma que a fé obriga os fiéis a cumprirem seus deveres terrenos e a colaborar com boa vontade e competência, nos mais variados campos da vida social” (CF 2015, 229).

Estamos vivendo um tempo forte de missão. Para ser missionário é preciso ter a espiritualidade que se exige de um cristão. Espiritualidade que leva a viver plenamente a fé e a ter a disposição necessária para desempenhar a missão. “O Papa Francisco chama todos os batizados a uma conversão missionária. O mandato missionário recebido de Jesus Cristo(cf. Mt28,19-20) pede uma Igreja em saída para testemunhar a alegria do Evangelho, da vida em Jesus Cristo. Diz o Papa: Não quero uma Igreja preocupada em ser o centro; e ainda: Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção” (CF 2015, 231).

Se a espiritualidade no leva à missão, entendamos que não basta bater às portas e ler trechos bíblicos: é preciso encarnar a missão como um processo de conversão pessoal e comunitária, um exercício eficaz de testemunho e uma abertura à Caridade. A missão que nos leva a ter um diálogo com as pessoas, ajuda-las em seus problemas, ter uma visão clara da situação em que vivem. Eis uma pista para ações concretas: “Promover momentos para exercer o discernimento evangélico acerca do que ocorre na comunidade, bairro, cidade, e identificar ameaças à vida (pontos de vendas de entorpecentes, prostituição, tráfico de pessoas, pessoas em situação de miséria, fatos ocorridos com pessoas, famílias e outros)” (cf. CF, 232).

Missão sem Espiritualidade é missão sem poder; missão sem Caridade é missão sem dever. Praticar a missionariedade por imposição ou para “seguir a onda” é desperdício de tempo e falso testemunho. A Missão se completa pelo exercício Espiritual e pela prática da Caridade. Recorramos à São Tiago ((2,14-17): “De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? ...Se a um irmão ou irmã faltarem roupas e o alimento e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhe aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma”

Presbíteros, diáconos, religiosos e leigos: a hora é agora. Com Espiritualidade, sejamos Missionários; como missionários, pratiquemos a Caridade. Com a Caridade, exerceremos a Missão no Espírito de Jesus, conforme seu Evangelho.


Diác. José Carlos Pascoal


Diácono Permanente da Paróquia São Benedito
na Diocese de Jundiaí/SP, membro voluntário da comunicação COMIRE,
participa do Fórum das Pastorais Sociais do Regional Sul 1 
e da ENAC (Equipe Nacional de Assessoria de 
Comunicação da CND - Comissão Nacional dos Diáconos).





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