A espiritualidade leva à Missão; a
Missão promove o anúncio e a Caridade; a Caridade se coloca em socorro aos
pobres e excluídos.
A Campanha da Fraternidade de 2015 com o tema “Fraternidade: Igreja e
Sociedade”, e o lema “Eu vim para servir” (Mc 10,45) nos oferece pistas de ação
para promover e defender a justiça social neste país tão atribulado
politica/social/economicamente falando. É momento propício de refletir como
nós, os cristãos, estamos agindo como cidadãs e cidadãos.
“A fé cristã deve incidir em todas as dimensões da vida, e não só no âmbito
privado. Ela deve chegar à expressão política, que apresenta entre suas
finalidades principais a promoção do bem comum e da justiça social. O próprio
Concílio Vaticano II afirma que a fé obriga os fiéis a cumprirem seus deveres
terrenos e a colaborar com boa vontade e competência, nos mais variados campos
da vida social” (CF 2015, 229).
Estamos vivendo um tempo forte de missão. Para ser missionário é preciso ter a
espiritualidade que se exige de um cristão. Espiritualidade que leva a viver
plenamente a fé e a ter a disposição necessária para desempenhar a missão. “O
Papa Francisco chama todos os batizados a uma conversão missionária. O mandato
missionário recebido de Jesus Cristo(cf. Mt28,19-20) pede uma Igreja em saída
para testemunhar a alegria do Evangelho, da vida em Jesus Cristo. Diz o Papa:
Não quero uma Igreja preocupada em ser o centro; e ainda: Mais do que o temor
de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos
dão uma falsa proteção” (CF 2015, 231).
Se a espiritualidade no leva à missão, entendamos que não basta bater às portas
e ler trechos bíblicos: é preciso encarnar a missão como um processo de
conversão pessoal e comunitária, um exercício eficaz de testemunho e uma
abertura à Caridade. A missão que nos leva a ter um diálogo com as pessoas,
ajuda-las em seus problemas, ter uma visão clara da situação em que vivem. Eis
uma pista para ações concretas: “Promover momentos para exercer o discernimento
evangélico acerca do que ocorre na comunidade, bairro, cidade, e identificar
ameaças à vida (pontos de vendas de entorpecentes, prostituição, tráfico de
pessoas, pessoas em situação de miséria, fatos ocorridos com pessoas, famílias
e outros)” (cf. CF, 232).
Missão sem Espiritualidade é missão sem poder; missão sem Caridade é missão sem
dever. Praticar a missionariedade por imposição ou para “seguir a onda” é
desperdício de tempo e falso testemunho. A Missão se completa pelo exercício
Espiritual e pela prática da Caridade. Recorramos à São Tiago ((2,14-17): “De
que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? ...Se a
um irmão ou irmã faltarem roupas e o alimento e algum de vós lhes disser: Ide
em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas não lhes der o necessário para o corpo,
de que lhe aproveitará? Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si
mesma”
Presbíteros, diáconos, religiosos e leigos: a hora é agora. Com
Espiritualidade, sejamos Missionários; como missionários, pratiquemos a
Caridade. Com a Caridade, exerceremos a Missão no Espírito de Jesus, conforme
seu Evangelho.
Diác. José Carlos Pascoal
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