terça-feira, 30 de junho de 2015

A MISSÃO DO LEIGO



“Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2,4)

A missão de evangelizar é de todos os cristãos; cada batizado é membro de Cristo e por isso participa da missão da Igreja que é levar o evangelho da salvação a todos os povos e a todas as pessoas. Jesus não quis e não quer salvar o mundo sem a nossa cooperação; assim nos dá a honra e a glória de sermos participantes de seu múnus profético.
O que podemos fazer mais de importante na vida é levar Cristo ao coração das pessoas, pois “só nele existe salvação”(At 4,12). Ele é a “Luz do mundo” (Jo 8,12).

“Sem Jesus Cristo o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério insondável, um enigma indecifrável”.
Beato João Paulo II, Encíclica “Jesus redentor dos homens”.

São Paulo nos diz que a fé e a salvação entram pelo ouvido:
“Ora, como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele que não ouviram? E como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E como o proclamarão, se não houver enviados? Assim é que está escrito: “Quão bem-vindos os pés dos que anunciam boas novas!” Mas nem todos obedeceram à Boa Nova, pois Isaías diz: “Senhor, quem acreditou em nossa pregação?” Logo, a fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10, 14-17).

“Pois, anunciar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho! Se eu o fizesse por iniciativa minha, teria direito a uma recompensa. Mas se o faço por imposição, trata-se de uma incumbência a mim confiada. Então, qual é a minha recompensa? Ela está no fato de eu anunciar o evangelho gratuitamente, sem fazer uso do direito que o evangelho me confere”  ( I Cor 9,16-18).

Jesus disse que a messe é grande, mas que os operários são poucos (Mt 9,37) isso é, há muitas almas a serem salvas, mas há poucos evangelizadores, catequistas, missionários, padres, e etc., e Ele chama cada um que se disponha a servir. Ninguém deve se julgar pequeno para o serviço de Deus.

É vontade de Deus que cada leigo seja evangelizador; dê testemunho de Cristo e do Evangelho e no meio do mundo seja luz e sal da terra. O Concílio Vaticano II resgatou de maneira iluminada o papel do leigo na Igreja; por isso hoje, homens e mulheres leigos, jovens, fazem um trabalho maravilhoso de evangelização. Com a enorme falta de sacerdotes, o leigo pode e deve dar a sua grande contribuição à Igreja na missão de salvar almas.

“Todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja ‘pela medida do dom de Cristo” (Ef 4,7) (Catecismo da Igreja Católica §913).
Fiéis são os que, incorporados a Cristo pelo batismo, foram constituídos como povo de Deus e assim, feitos participantes, a seu modo, do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, são chamados a exercer, segundo a condição própria de cada um, a missão que Deus confiou para a Igreja cumprir no mundo (Código de Direito Canônico, 204).

“Aos leigos compete [é específico dos leigos], por vocação própria, buscar o Reino de Deus ocupando-se das coisas temporais [os trabalhos profissionais, participação em organizações profissionais, culturais, empresariais, operárias, políticas, etc.] e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, no meio de todas e cada uma das atividades e profissões, e nas circunstâncias ordinárias da vida familiar e social, as quais como que tecem a sua existência. Aí os chama Deus a contribuírem, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mundo, através de sua própria função [...]. A eles, portanto, compete muito especialmente esclarecer e ordenar todas as coisas temporais, com as quais estão intimamente comprometidos, de tal maneira que sempre se realizem segundo o espírito de Cristo, se desenvolvam e louvem o Criador e o Redentor”
 Lumen gentium, n. 31.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Nomeações e transferências de padres e diáconos na Diocese.



Solenidade Litúrgica de São Pedro e São Paulo

Caros presbíteros, diáconos, consagrados (as), seminaristas e fieis leigos.

Paz e bem!

Após consulta aos membros do conselho de presbíteros, seguem as informações com relação às nomeações e transferências de padres e diáconos da diocese, a saber:

Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Pedregulho.
Pároco: Pe. Fabiano Eduardo da Silva
Cooperador: Diác. Rodrigo Anael de Paulo – Ordenação Diác.: 21/08/2015

Paróquia São José – São José da Bela Vista
Pároco: Pe. Anderson Martins Barcelos

Paróquia São Sebastião – Franca
Pároco: Pe. Ovídio José Alves de Andrade
Vigário: Pe. Luiz Antônio Brentini

Paróquia Santana – Franca
Administrador:  Pe. Luiz Carlos de Souza
Vigário: Pe. Denis Humberto dos Santos

Paróquia São Crispim – Franca
Pároco: Pe. Sebastião Fábio Girolamo
Vigário: Pe. Alessandro Orlovski
Vigário: Pe. Ferdinando Henrique P. Rubio – Ordenação Presbiteral: 17/07/2015

Paróquia São Benedito – Franca
Pároco: Pe. Antônio Carlos Barbosa
Vigário: Pe. André Luís Rodrigues – Ordenação Presbiteral: 31/07/2015

Paróquia Cristo Rei – Orlândia
Pároco: Pe. Flávio Augusto Cícero
Cooperador: Diác. Wallace N. de Aguiar Honório – Ordenação Diác.: 21/08/2015

É bom considerar que essas nomeações e transferências acontecem por necessidades pastorais da diocese.
Agradeço a compreensão e acolhida de todos. Rezem pelo bom êxito dos encaminhamentos que serão realizados.

Deus abençoe a todos.

Dom Paulo Roberto Beloto
Bispo Diocesano







sexta-feira, 26 de junho de 2015

Tempo de Graça, tempo de Missão!



A Diocese de Franca já começou a festa em comemoração aos seus 45 anos! 
As formações para as Missões Populares já estão sendo realizadas. E já estamos prestes a receber o valiosíssimo material da Campanha Missionária deste ano.

Que Deus nos abençoe, com Maria, nossa Mãe Imaculada, passando a nossa frente e com Santa Teresinha do Menino Jesus e São Francisco Xavier intercedendo a todo instante para que possamos anunciar com nossas vidas àquele que é nosso Senhor, nosso Salvador e nosso exemplo: Jesus Cristo!


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Campanha Missionária 2015



As Pontifícias Obras Missionárias (POM) divulgaram o cartaz oficial da Campanha Missionária de 2015, celebrada em outubro, Mês das Missões. O cartaz traz em destaque o tema deste ano “Missão é Servir” e o lema “Quem quiser se o primeiro seja o servo de todos”, conforme a narrativa de Marcos 10,14; em continuidade à Campanha da Fraternidade deste ano.

O diretor nacional das POM, padre Camilo Pauletti, explica. “O cartaz retrata várias situações nas quais os missionários e missionárias vivem a missão de servir. Os cenários destacam uma Igreja em saída, com as portas abertas para servir em diferentes realidades e contextos de missão em todo o mundo.

As cores representam os cinco continentes lembrando que toda a comunidade tem o dever de cooperar com a missão universal. A cruz é sinal da identidade dos discípulos missionários de Cristo, o filho de Deus enviado para servir”, ressalta.

Materiais

Os materiais da Campanha serão enviados às 276 dioceses e prelazias de todo país, a partir de 22 de junho.
O kit contém além do cartaz, o livrinho da novena missionária, com a mensagem do papa para o Dia Mundial das Missões e a oração missionária, seis marcadores de página, e o DVD com testemunhos.
Além disso, estão sendo enviados, os envelopes para a Coleta do Dia Mundial das Missões, que ocorre no penúltimo domingo de outubro, este ano dias 17 e 18.
O envio antecipado do material pretende favorecer, nos próximos meses, a organização da Campanha nas dioceses e comunidades.

No Brasil, as POM têm a responsabilidade de organizar, todos os anos, a Campanha Missionária, em colaboração com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina).

Oração do Mês Missionário 2015

Pai de infinita bondade,
que enviaste Jesus Cristo para servir,
ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária
para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e,
com a proteção de Maria servidora,
manifestar o teu Reino em todo o mundo. 
Amém.


quarta-feira, 17 de junho de 2015

O ARDOR MISSIONÁRIO



Para Jesus Cristo, a missão nasce do amor. Quando, após a Ressurreição, o Divino Salvador envia os discípulos para anunciar a Boa Nova da Paz, manifesta a sua vontade de que todos conheçam e coloquem em prática os seus ensinamentos.
Sua intenção é de dar ao mundo condições de uma Vida nova, que prepare a plenitude da vida eterna e feliz. Diante de um mundo mergulhado na desigualdade social, na violência, na rivalidade e na desordem de valores, Jesus traz a todos sua mensagem de perdão dos pecados, de reconciliação e partilha fraterna.

A proclamação do Evangelho é para Deus o caminho de uma conversão nas atitudes pessoais e no relacionamento entre grupos, povos, nações. A ação de Deus é pedagógica. Educa-nos para o respeito, estima e amor gratuito e introduz, assim, no coração humano, um dinamismo de reconciliação, concórdia e paz.

Cabe aos discípulos de Jesus discernir os “sinais dos tempos” e perceber onde são chamados a atuar pelo testemunho e pela palavra. Na atual conjuntura torna-se necessário iluminar com o Evangelho o valor da vida humana, desde o primeiro momento de sua concepção até seu termo natural. A dignidade de cada pessoa, à luz do amor a Deus, precisa ser cada vez mais defendida e promovida numa sociedade que continua gerando milhões de excluídos sociais.

Todos os cristãos, mas especialmente os líderes, são chamados a refletir sobre a especial missão que lhes compete. Quando a vida humana é colocada em constante risco por agressões, seqüestros, ações exorbitantes de poderio militar, atos covardes de terrorismo contra inocentes, aumento da miséria e pesquisas científicas sem critério ético, temos o dever de reafirmar a dignidade e inviolabilidade da vida humana, dom de Deus.

Em nosso País há algo de característico em relação à missão evangelizadora. Somos uma nação iluminada pela revelação cristã e com séculos de vivência católica. Temos, assim, a sedimentação histórica dos valores evangélicos da família, da convivência fraterna, do respeito ao pluralismo, da integração da etnia e nacionalidade, da capacidade de perdão e outras marcas da mensagem de Cristo. Frente às demais nações, somos chamados a manifestar nossa fé e anunciar a outros grupos sociais a beleza e a força transformadora do Evangelho.

A missão de evangelizar é, assim, fruto do zelo em oferecer a outros os ensinamentos de Jesus. O zelo missionário é a expressão de nossa vontade de fazer o bem aos que ainda não conhecem a beleza insuperável da misericórdia e do perdão de Jesus Cristo.

É a hora de muitos jovens assumirem a alegria da missão nos ambientes em que vivem, difundindo a Boa Nova de justiça e de concórdia. Unamos nossas preces para que Deus abençoe ainda mais a generosidade de nossos jovens. Nossa Mãe e Senhora os anime e ajude. Possam, com entusiasmo, alegria e coragem levar a muitos outros povos a beleza incomparável do Evangelho.

Dom Luciano Mendes de Almeida


domingo, 14 de junho de 2015

Animação Missionária



É toda a atividade na Igreja que tem por finalidade criar, desenvolver e manter viva no povo de Deus a consciência missionária, de modo particular, sobre a dimensão universal da missão. Na sua essência, “animação” significa exatamente comunicar vida, espírito, alegria, vitalidade, abertura, entusiasmo para colocar a Igreja em estado permanente de missão. Contudo, animar não significa somente realizar muitas iniciativas. Acima de tudo, animar missionariamente significa formar uma mentalidade, criar uma mística, uma espiritualidade missionária onde a vida se torne missão. Trata-se de criar uma mentalidade que se transforma em hábitos permanente nas pessoas, instituições e comunidades. O ardor missionário, fruto dessa mística e espiritualidade se faz opção de vida que é manifestada no amor de Deus anunciado e vivido nas periferias existenciais e geográficas até os confins do mundo. Um cristão ou comunidade cristã animada missionariamente assume a missão universal com responsabilidade e nutre o desejo permanente de partilhar sua fé.
Podemos dizer que mística e animação missionária são inseparáveis. O desânimo, a indiferença, o fechamento e a falta de entusiasmo pela missão é resultado duma crise de mística, de espiritualidade missionária. Jesus, que viveu em comunhão íntima com o Pai, foi, por excelência, o missionário da vontade do Pai. Ele era o enviado do Pai para anunciar a Boa Nova (Mc 1, 38-39). “O Espírito do Senhor está sobre mim... para anunciar a Boa Notícia aos pobres, enviou-me para proclamar o ano de graça... a libertação aos presos...” (Lc 4, 18-21).
Para o apóstolo Paulo, a mítica era profunda comunhão com a pessoa e a prática de Jesus: “Para mim, o viver é Cristo” (Fl 1,21). A exemplo do apóstolo dos gentios, a animação missionária deve suscitar o ardor, a paixão, a vibração, o entusiasmo, a alegria e a coragem que o levava a exclamar: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9,16). Em suma, animar é convocar para um novo reencantamento missionário, uma nova primavera da missão. Quem realmente encontrou Cristo, vive na alegria e comunica a esperança que renova e dá sentido à vida.
É importante lembrar que a Animação Missionária não é tarefa somente de alguns especialistas, mas é elemento primordial da ação ordinária das Igrejas locais para que efetivamente sejam missionárias (cf. RM, 83). Conforme nos lembra o papa Francisco, “a missionariedade não é somente uma dimensão programática na vida cristã, mas também uma dimensão paradigmática que diz respeito a todos os aspectos da vida cristã” (Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2013). “A missão programática, como o próprio nome indica, consiste na realização de atos de índole missionária. A missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares” (Aos dirigentes do CELAM, dia 28 julho, JMJ Rio 2013). Essa tarefa requer a participação de todos, em especial das lideranças.



As tarefas da Animação Missionária
Cinco são as tarefas da Animação Missionária: a informação, a formação, a animação, a cooperação e a articulação.
FORMAR: Todos os missionários sejam preparados e formados, cada qual segundo a sua condição, de maneira a estarem à altura das exigências do trabalho futuro.  (AG.26). A formação Missionária deve ocupar um lugar central na vida cristã e a tarefa missionária não deve tornar-se uma realidade diluída na missão global do povo de Deus (DGAE 94).
- Organizar e promover: Escolas Missionárias, cursos, Retiros e encontros de capacitação missionária.
INFORMAR:- Fazer conhecer as programações e as atividades da animação e ação missionária através dos meios de comunicação como: jornais, revistas, cartazes, painéis,
Vídeos, rádios, Imprensa, Revistas Missionárias, Serviço de informação Missionária (SIM-POM), Jornal parceiros da Missão, site, Blogs, Redes Sociais e partilha das atividades realizadas.
- Promover a correspondência e os encontros com os
Missionários/as que atuam dentro e fora do País.
COOPERAR: “A cooperação é o primeiro fruto da animação missionária, entendida como um espírito e uma vitalidade que impele os fiéis, a uma responsabilidade universal”.  (CM.2). Assim, tanto a Comissão como os Conselhos Regionais e Diocesano devem:-buscar desenvolver projetos de Cooperação Intereclesial aqui e além fronteiras.
- Sustentar a evangelização e quem nela trabalha com
Orações, sacrifícios, ajudas...
- Promover  projeto de Igrejas irmãs.
- Incentivar vocações missionárias.
ARTICULAR:
- celebrações, Campanha Missionária do Mês Missionário, Coletas Missionárias e outras         atividades que favoreça a animação e ação missionária nas comunidades.
 Os objetivos principais da animação missionária são: apresentar a realidade da missão em suas dimensões em especial a missão ad gentes, conscientizar o povo de Deus da sua responsabilidade missionária, informar e refletir sobre as grandes questões da humanidade nos vários povos e culturas, propor a vocação missionária em todas as suas formas, promover um estilo de vida profético e evangélico, promover a cooperação espiritual, pessoal e material em favor das missões, rezar pelos missionários e missionárias e suas obras, divulgar a comunicação missionária.

Momentos fortes de Animação Missionária
Em primeiro lugar, a Animação Missionária deve permear todo o Plano Pastoral de uma Igreja particular em estado permanente de missão. Ela não se reduz a iniciativas ocasionais e dispersas, porém existem alguns momentos que são mais oportunos para a conscientização, entre os quais temos a vivência do Mês das Missões com a Campanha Missionária, os congressos missionários, as assembleias e Encontros dos conselhos, grupos e organismos missionários, projetos missionários da Igreja, ordenações, celebrações de consagração religiosa.

Os sujeitos da Animação Missionária: a dimensão missionária da Igreja local; a Comissão Episcopal para Ação Missionária e os organismos da CNBB (CCM, CIMI);as POM; a CRB e os institutos missionários.

Para que, ação Missionária, atinja os seus fins e os resultados, devem todos os missionários ter um «só coração e uma só alma» (At. 4,32). (cf.AG.30). Devem ser orientados e unidos de modo que tudo se faça com ordem (1 Cor. 14,40) em todas as atividades e esferas da cooperação missionária. (cf.AG.28);

CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS
Para todas as missões e para toda a atividade missionária, orientará e coordenará, em todo o mundo, tanto a atividade como a cooperação missionária.Esta deve promover, a vocação e a espiritualidade missionária, o zelo e a oração pelas missões, Suscite e distribua os missionários, Organize plano de ação; as normas diretivas, os princípios para a evangelização.
CONFERENCIAS EPISCOPAIS
  Para que as atividades missionária possa exercer mais eficazmente, convém que as Conferências episcopais tomem a direção de todos os assuntos que dizem respeito a uma ordenada cooperação da própria região. (AG 38). E em virtude da comum responsabilidade missionária, em todas as Conferencias Episcopais deve constituir uma Comissão Episcopal para as missões.
TAREFA:
Incrementar a evangelização, a animação e a cooperação missionária. (CM 10).
Estimular as iniciativas missionárias, crescimento da consciência missionária nas Igrejas particulares e compromisso na missão Ad.gentes.
Promover as Pontifícias Obras Missionárias (POM) em todas as Dioceses, procurar fazer com a coleta missionária seja colocada integralmente entregue as POM.
Zelar pra que se interagem de maneira harmônica todas as iniciativas de cooperação missionária.
Suscitar e ordenar a colaboração dos Institutos Missionários. (CM.11).
COMISSÃO EPISCOPAL PARA A AMAZONIA
  A Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA) é a expressão do compromisso dos bispos do Brasil, selado no pacto de apoio solidário e fraterno à Igreja da Amazônia, durante a 41ª Assembleia Geral, em maio de 2003. O que a distingue das demais Comissões Episcopais é sua característica territorial.
      Por isso, sua organização é pautada, desde o início, por iniciativas que levem ao melhor       conhecimento da       Amazônia e alargamento da ação da Igreja nela. Sua ênfase tem sido     posta nas funções propriamente eclesiais ou religiosas, em paralelo ou conexão com o          trabalho das demais Comissões.
      Os programas e projetos da Comissão visam concretizar os seguintes objetivos:
      -Sensibilizar os brasileiros frente à complexa realidade da Amazônia;

      -Favorecer o despertar e o aprofundamento da consciência missionária, atendendo ao apelo        da Igreja que se   encontra na Amazônia: “Dai-nos de vossa pobreza”, com projetos de        solidariedade e programas afins, através      da participação corresponsável e fraterna de            todas as dioceses.
COMISSÃO PARA A MISSAO CONTINENTAL: MISSÃO CONTINENTAL
A Missão Continental é a expressão da Nova Evangelização no continente latino-americano. O Papa João Paulo II recordava que “...os confins entre o cuidado pastoral dos fiéis, a nova evangelização e a atividade missionária específica não são facilmente identificáveis, e não se deve pensar em criar entre esses âmbitos barreiras ou compartimentos estanques.” (Rmi 34) Assim, como dimensão da missão universal da Igreja, no contexto da Igreja da América Latina, a Missão Continental busca colocar em prática a proposta de renovação eclesial da Conferência de Aparecida, a conversão pastoral: passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária. “Este despertar missionário, em forma de uma Missão Continental, cujas linhas fundamentais foram examinadas por nossa Conferência, [...] esperamos sejam portadoras de riqueza de ensinamentos, orientações e prioridades”
(DAp 551).
Assim, mais do que um projeto missionário propriamente dito, trata-se de uma opção missionária que pretende renovar a comunidade eclesial, para que todos os batizados, convertidos em discípulos missionários, sejam capazes de dar testemunho da Boa Notícia em nosso mundo de hoje. Um dos compromissos centrais de Aparecida foi justamente despertar a consciência dos cristãos para a missionariedade de seu batismo e de todas as atividades realizadas na Igreja. Assim, a conversão de cada batizado está na origem dinâmica da conversão de todas as estruturas de Igreja. Como expressão da Nova Evangelização, apoiada na organização missionária da Igreja no Brasil, as tividades da Missão Continental visam contribuir nessa dinâmica para o verdadeiro processo de “conversão pastoral”: ajudar que toda atividade eclesial se realize em “chave missionária”.
 Dessa forma, a Missão Continental busca que todas as estruturas eclesiais, os planos pastorais de dioceses, paróquias e comunidades religiosas, movimentos e qualquer instituição na Igreja, todos os serviços prestados no meio eclesial tenham um perfil missionário. Assim, nas palavras do Papa Francisco, a Conferência de Aparecida se prolonga na Missão Continental, se realizando sob duas dimensões: programática, num itinerário de eventos visando à formação no sentido da missão permanente; paradigmática, tendo como dinamismo, “colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares”. (Discurso aos Bispos do CELAM, JMJ, 2013) Atenta a esse apelo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, por meio de suas comissões, juntamente com as Pontifícias Obras Missionárias, e demais organizações missionárias da Igreja, se vê chamada a criar e manter as estruturas e condições necessárias para a animação e acompanhamento da realização da Missão Continental no âmbito das Igrejas Locais. Como diz o documento de Aparecida, nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé (DAp 365).

AS IGREJAS LOCAIS – DIOCESES
Cada Igreja particular, porção da Igreja Católica sob a guia do seu Bispo, está, também ela, chamada à conversão missionária. (cf.EG.30) O amadurecimento no seguimento de Cristo e a paixão por anunciá-lo requerem que a Igreja local se renove constantemente em sua vida e ardor missionário. Experiência do encontro com Jesus Cristo vivo, amadurece sua vocação cristã, descobre a riqueza e a graça de ser missionário e anuncia a palavra com alegria. Em todas suas comunidades e estruturas, é chamada a ser uma “comunidade missionária” Cada Diocese necessita fortalecer sua consciência missionária, saindo ao encontro daquele que ainda não creem em cristo no espaço de seu próprio território e responder adequadamente aos grandes problemas da sociedade na qual está inserida. Presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. Ele deve estimular e conduzir os serviços e organizações para que se orientem em um mesmo projeto missionário para comunicar vida no próprio território. (DAp. 168-169). Sua tarefa Missionária segue as mesmas da Conferência Episcopal.
   AS PARÓQUAIS
 A partir da paróquia é necessário anunciar o que Jesus Cristo “fez e ensinou” (At 1,1) enquanto esteve entre nós. A renovação missionária das paróquias se impõe, tanto na evangelização das grandes cidades como do mundo rural de nosso Continente, que está exigindo de nós imaginação e criatividade para chegar às multidões que desejam o Evangelho de Jesus Cristo. (Cf.DAp.172-173)
    ORGANISMOS
Pontifícias Obras Missionárias: (POM). Por serem Pontifícias estão ligas diretamente ao Papa. Nasceram de iniciativas carismáticas e foram lançadas por leigos ou sacerdotes com a finalidade de apoiar a atividades dos Missionários e seu objetivo é promover o Espírito Missionário universal no seio do povo de Deus. Promover a Campanha Missionária do Mês de Outubro, com também fazer a justa distribuição das coletas das missões.  Dependem da Congregação para a Evangelização dos povos e das Conferencias Episcopais nos diversos territórios. (CM 6-7)s - O que é?Somos uma Instituição da Igreja católica que compreende quatro Pontifícias Obras:
Ø  Propagação da Fé (que inclui Juventude Missionária, famílias Missionários e enfermos missionários) (1822)
Ø  Infância e Adolescência Missionária (1843)
Ø  São Pedro Apóstolo (1889)
Ø  União Missionária (1916)
 Como Instituição da Igreja e do Papa – por isso são Pontifícias – e de cada Igreja particular, têm em comum a finalidade primeira e principal de despertar e promover o espírito missionário universal     de todos os membros do Povo de Deus. Informam sobre a vida e as necessidades da Missão        universal e estimulam as Igrejas a rezarem umas pelas outras e         ajudarem-se reciprocamente com o            envio de pessoas e de meios materiais, suscitando,         assim, o espírito de solidariedade em vista da evangelização do mundo.
 “Na obra de animação missionária, o dever primeiro compete às Pontifícias Obras Missionárias,        como várias vezes afirmei nas Mensagens para o Dia Mundial das Missões... Sendo do Papa e do     Colégio Episcopal, estas Obras ocupam, também no âmbito das Igrejas particulares, justamente o       primeiro lugar, já que são meios aptos para infundir nos      católicos, desde a infância, um espírito             verdadeiramente universal e missionário e para    favorecer uma adequada coleta de fundos em             favor de todas as missões, segundo a           necessidade de cada uma (AG 38). Elas geram, no mundo            católico, aquele espírito de   universalidade e de serviço à missão, sem o qual não existirá verdadeira      cooperação" (RMi      84”).
 São obras evangelizadoras e têm por finalidade não só ajudar e colaborar com as Igrejas de Missão, mas são imprescindíveis para a educação e amadurecimento da fé dos fiéis e das comunidades     eclesiais, em todos os níveis. "Se não existissem, dever-se-ia inventá-las" (Paulo VI).
 Objetivos
Ø  Infundir nos católicos, desde a infância, o sentido verdadeiramente universal e missionário, despertando a responsabilidade para o compromisso na evangelização em todo o mundo.
Ø  Cooperar com a oração, sacrifícios e testemunho de vida cristã em favor das missões. Estimular a coleta eficaz para ajudar todas as missões, segundo a necessidade de cada uma, recuperando o espírito de solidariedade e partilha fraternas das primeiras comunidades cristãs.
Ø  Suscitar vocações ad gentes e por toda a vida, tanto nas Igrejas de antiga fundação como nas jovens. O testemunho firme da fé manifesta-se no compromisso, na promoção e apoio das vocações missionárias.
Ø  Organizar missionariamente as comunidades eclesiais em todos os níveis.

   CENTRO CULTURAL MISSIONÁRIO: (CCM.
É um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tem por finalidade:
-Oferecer um percurso de iniciação à missão no Brasil para missionárias e missionário
que chegam do exterior;
      -Promover cursos de formação missionária para brasileiras e brasileiros enviados a outra      região ou país como missionários além-fronteiras;
      -Realizar eventos de estudo e aprofundamento sobre teologia, espiritualidade e prática de      missão para diversos segmentos eclesiais;
      -Fomentar o surgimento e a capacitação específica de animadores missionários na Igreja       no Brasil.
     OS INSTITUTOS DE VIDA MISSIONÁRIA
O Espírito Santo, para utilidade comum reparte os carismas como quer, inspira no coração de cada um a vocação missionária e ao mesmo tempo suscita na Igreja Institutos, que assumem, como tarefa própria, o dever de evangelizar. A obra missionária, não pode ser realizada pelos indivíduos isolados, a vocação comum reuniu-os em Institutos, pelo esforço comum, se formassem convenientemente e executassem essa tarefa em nome da Igreja e segundo a vontade da autoridade hierárquica. (AG.27)
      OS MISSIONARIOS LEIGOS
Enviados nas terras de missão, os leigos, quer estrangeiros quer nativos, exerçam o ensino nas escolas, administrem as coisas temporais, colaborem na atividade paroquial e diocesana, iniciem e promovam as várias formas de apostolado dos leigos, para que os fiéis das igrejas jovens possam assumir quanto antes a sua parte na vida da Igreja. (AG.41)
      CONSELHO MISSIONÁRIO INDIGINISTA (CIMI)
Criado em 1972, é um organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que, em sua atuação missionária, na igreja católica junto aos povos indígenas. Tem como princípio de ação:
            -o respeito a alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e a       valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas;
            -o protagonismo dos povos indígenas sendo o CIMI é um aliado nas lutas pela                garantia dos direitos históricos;
-a opção e o compromisso com a causa indígena dentro de          uma perspectiva mais ampla de uma sociedade democrática, justa, solidária, pluriétnica e pluricultural.
      A PASTORAL BRASILEIRA NO EXTERIOR:(PBE)
 A Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE) está associada à Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB. Foi criada em 1995, atendendo aos pedidos tanto de Bispos, como de emigrantes brasileiros. Tem como Objetivo incentivar a ação pastoral junto aos brasileiros no exterior, colaborando com as Igrejas onde vivem os migrantes, favorecendo uma vivência inculturada do Evangelho e preservando as tradições religiosas e culturais da Pátria de origem. Especificamente: Sensibilizar as Dioceses de saída e de acolhida sobre o desafio das migrações. Procurar e preparar missionários para atender as comunidades brasileiras. Definir, com as Dioceses de destino, os locais onde os missionários irão trabalhar.
 Passos necessários para ser enviado em nome da PBE.
            ·Ser apresentado pelo Bispo do missionário, ao Bispo referencial da PBE:
            ·Participar do curso “ad Gentes”, em Brasília, no Centro Cultural Missionário (CCM) (mês de agosto),
            ·Passar por um processo de discernimento da nova opção missionária. Não ter pressa. Não      se trata             só de uma “experiência missionária”, ou de um motivo para aprender uma       língua, mas de um     desejo verdadeiro de servir os migrantes, por no mínimo três anos.        Não cumprir o prazo prejudica a      ida de outros missionários.
            ·Aguardar a carta de chamada (convite), antes de se desligar da sua diocese.
            ·Enviar para o Bispo que solicita a ajuda a documentação necessária.
            ·Saber um pouco de inglês (Japão, USA...). Os Bispos querem que o missionário esteja bem      integrado à comunidade local.
            ·Tempo de permanência na missão: Japão, mínimo 6 anos; outros países, 3 anos.
            ·A idade também tem a sua importância. Há Bispos que não aceitam sacerdotes com mais      de 40             (Japão) ou 50 anos. O fator idade pesa na aprendizagem da língua.
            ·Para as despesas da viagem intercontinental, as dioceses de partida e/ou chegada podem      ajudar.

A articulação da Animação Missionária: marco organizacional; COMINA, COMIRE, COMIDI, COMIPA;  GAM;  COMISEs; planos de Animação Missionária, acompanhamento de projetos de Ação Missionária.

    OS CONSELHOS MISSIONÁRIOS
 Para alcançar maior unidade e eficácia operação na animação missionária a Conferência Episcopal constituí. (CM.10). 

COMINA:
O Conselho Missionário Nacional (COMINA) criado no dia 01/11/1972 é uma instituição e constituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem como presidência o Bispo Presidente da Comissão Episcopal para Ação Missionária e Secretaria executiva a Assessora (o) da Comissão Episcopal. Sua tarefa é articular os organismos e instituições missionárias da Igreja no Brasil e, assim, alcançar maior unidade e eficácia operativa na animação e cooperação missionária. De forma análoga constituem-se Conselhos Missionários nos Regionais (COMIREs), Conselhos Diocesanos (COMIDIs) e Conselhos Paroquiais (COMIPAs). (cf. CM 12):São Membros:
-o Bispo Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, que também é -Presidente do COMINA e o assessora (o)  da Comissão que é também a Secretaria Executiva.
-os Bispos membros da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial;
os Bispos referenciais da Dimensão Missionária dos Regionais; o Bispo Presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI);
-o Bispo referencial do Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE);
-o Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e os Secretários Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias;
-o Secretário Executivo do Centro Cultural Missionário(CCM);-os Assessores nacionais da Comissão Episcopal para a Amazônia e para a Missão Continental;
-o Presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil(CRB);
-o Presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares (CNIS);
-o Presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI);
-quatro (4) representantes (2 femininos e 2 masculinos) de Instituto Missionários ad gentes que tenham atuação no Brasil e no Exterior, indicados pela Conferência dos Religiosos do Brasil;
-o Presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP);
-o Presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND);
-o Presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB);
-o coordenador  de cada COMIRE.
 COMIRE
28.  Conselho Missionário Regional; Atua em consonância com as finalidades e organização do Conselho Missionário Nacional (COMINA). Tem como objetivo: articular e realizar as tarefas de animação, formação, informação, organização e cooperação missionária em todos os níveis da Igreja no Regional da CNBB.
COMIDI: Conselho Missionário Diocesano.
29.  É composto por representantes dos COMIPAS e dos grupos que atuam na dimensão missionária. As Igrejas locais hão de incluir a animação missionária como elemento primordial de sua pastoral”(RMi 83.)
            Finalidade:
            - articular as atividades missionárias em nível diocesanos;
            - implantar e acompanhar os COMIPAS;
             - organizar e assessorar, junto ao COMIRE, as Escolas      Missionárias, os encontros de           formação e de espiritualidade      missionária;
            - atuar em comunhão com as forças missionárias da Diocese,
            -o Conselho Missionário Indigenista, CIMI;    
            -as 04 Obras das Pontifícias Obras Missionárias;
            -as Santas Missões Populares; 
            -os Institutos Religiosos Missionários,
            -Pastoral Vocacional;                                    
            -Pastoral da Comunicação (Pascom)
          COMIPA: Conselho Missionário Paroquial:
30.  É uma equipe que assume a Animação Missionária na Paróquia, envolvendo pastorais, grupos, movimentos... para que todos vivam o espírito missionário e se abram ao mundo, às suas realidades e desafios.
   GAM Grupo de Animação Missinária
31.  É um grupo de pessoas que se encontram pelos menos uma vez por mês com o objetivo de: Rezar, refletir e articular a dimensão missionária, crescendo assim a consciência missionária.
     COMISES: Conselho Missionário de Seminaristas:
32.  O Conselho Missionário do Seminário (COMISE) é um organismo das casas de  formação sacerdotal (seminários) da Igreja Católica no Brasil. o objetivo É garantir uma sólida formação missionária nos candidatos ao sacerdócio de modo que “não exista um só clérigo em que não arda este sagrado fogo de caridade pelo apostolado missionário.(Pio XI, Rerum Ecclesiae, 9)  Informar às casas de formação sobre a situação da missão,;
-Acompanhar os missionários filhos das (arqui)dioceses que estão trabalhando em outro lugar;
-Conscientizar seminaristas e reitores (formadores) da urgência da missão por meio de ações missionárias, pregações, encontros e retiros com temas missionários;
-Convidar missionários que passam nas (arqui)dioceses, pedir que estes freqüentem o seminário e partilhem de suas experiências;
-Estimular a colaboração pessoal (escolha missionária ‘além-fronteiras’ por parte de seminaristas e de jovens com os quais os seminaristas trabalham nas pastorais);
-Promover a cooperação solidária.



sábado, 13 de junho de 2015

A IGREJA MISSIONÁRIA HOJE



 
As luzes e as sombras da atual situação da família humana se apresentam como sinais dos tempos que nos convidam à escuta e ao discernimento do que “o Espírito diz às Igrejas” (Ap 2,29), e nos provocam repensar a missão como um todo, para que a nossa ação e animação missionária seja sustentada por uma apropriada reflexão teológica, uma conversão interior e um testemunho profético.

Diante das epocais mudanças da missão da Igreja no mundo contemporâneo, o Concílio Ecumênico Vaticano II redescobria uma visão de missão fundada na Missio Dei. No Decreto Ad Gentes se afirma sem hesitação que “a Igreja peregrina é por sua natureza missionária” (AG 2). A missão antes de ser tarefa é uma essência que tem origem no amor fontal do Pai, um amor que não se contém, que transborda, se comunica e sai de si. A missão dos cristãos é, portanto, participação ao mistério de Deus e à vida divina.

Compreender a missão não como uma atividade ou uma necessidade histórica, mas como essência gratuita de Deus-Amor, é um primeiro passo para uma profunda renovação eclesial. Trata-se de passar da afirmação da “nossa” missão, à transparência da missão de Deus num testemunho sem pretensões. Podemos afirmar que não é uma Igreja que tem uma missão, mas uma missão que tem uma Igreja. A Igreja missionária hoje, portanto, é uma Igreja discípula: colocando-se no seguimento de Jesus, não se propõe como “mestra” (cf. Mt 23,8), mas como aquela que se dispõe a escutar e aprender de um Deus presente e operante na história. Daqui o mandato não de “fazer obras”, mas de “serem discípulos” e “fazer discípulos todos os povos” (Mt 28,19).

O convite ao seguimento de Jesus, salvação para nós e para todos, nos coloca sempre a caminho junto às pessoas, num estado de contínua itinerância, num êxodo pascoal de morte e ressurreição, numa travessia que requer leveza e despojamento. O discipulado nos convida a sair de nós mesmos, da nossa comunidade e da nossa terra: o discípulo é sempre um enviado. Jesus chama ao seu seguimento para enviar em missão. É preciso aprender a deixar tudo para nos aproximar gratuitamente aos pobres e aos outros.

O discipulado missionário é sempre um caminho comunitário e eclesial. O discípulo é o “irmão” por excelência, que anuncia com as suas relações que Deus é pai de todos, que em Cristo nos faz seus filhos e filhas e, portanto, irmãos entre nós: esse é o anúncio fundamental para o mundo de hoje. A missão em comunidade proclama com a vida e as palavras uma outra visão de humanidade, uma ordem de relações na qual é excluída toda forma de domínio sobre o outro. A prática da fraternidade se presenta assim como uma nova lógica de convivência universal. A comunhão e a partilha anuncia o transbordar do amor de Deus-Trindade em nossas vidas, como uma nova maneira de repensar nas relações entre as pessoas, além de todas as fronteiras, para fazer do mundo uma só família de irmãos e irmãs.

Por isso a Igreja é enviada ad gentes. A saída de nós mesmos para tornar-nos hóspedes nas casas dos outros e companheiros dos pobres, nos leva a ir ao encontro às pessoas e encarnar-nos em suas realidades, sem esperar que os povos venham a nós. Uma efetiva opção pelos pobres e pelos outros comporta um deslocamento fundamental em termos de perceber e questionar a realidade do ponto de vista das vítimas, dos crucificados, dos injustiçados, dos fiéis de outras religiões, aderindo de fato a um projeto de mundo global mais justo, solidário, e plural significativamente “outro” daquilo que temos diante dos olhos.

 Os horizontes deste movimento de proximidade são sempre os confins da terra. Crer no Evangelho e na missão é crer que não existem barreiras irredutíveis para encontrar as pessoas. A universalidade é o horizonte evangélico da missão: se essa fosse geográfica, cultural, étnica, socialmente ou eclesialmente limitada e se dirigisse somente a “nós”, ela se tornaria excludente. Ao contrário, a paixão pelo mundo, própria da vocação cristã, se expressa no sentir e no vibrar profundamente pela humanidade inteira, e em ser capaz de realizar gestos ousados e concretos de solidariedade, de partilha e de aproximação com os outros povos. Só assim nos tornaremos um sinal profético de uma nova humanidade mundial, fraterna e multicultural.

Tendo presente esses fundamentos, percebemos de estar diante de uma nova compreensão da missão e de seus sujeitos. Constituindo a essência da Igreja, a missão encontra agora nas Igrejas locais os seus primeiros protagonistas e em todos os batizados o chamado a anunciar o Evangelho. A evangelização é um dever fundamental do todo o povo de Deus: por isso é necessário uma profunda renovação interior (cf. AG 35).

A missão, elemento estruturante da identidade e da atividade de toda a Igreja, se expressa hoje num quadro complexo de situações e de interlocutores que não permite mais de interpretá-la numa única direção. Ela se apresenta como uma realidade articulada e compenetrada, com aspectos não bem definíveis entre os diversos âmbitos: pastoral, nova evangelização e missão ad gentes (cf. RMi 37). Contudo, a Igreja é convidada a nunca perder a referência da missão ad gentes, sem a qual “a própria dimensão missionária da Igreja ficaria privada de seu significado fundamental e de seu exemplo de atuação” (RMi 34).

 Também no que diz respeito às tarefas da Igreja missionária, é preciso considerar uma pluralidade de mediações que vão do ministério profético do testemunho e do anúncio do Evangelho, ao ministério sacerdotal da celebração dos sacramentos, ao ministério da caridade na fraternidade (koinonia) e no serviço aos mais necessitados (diakonia). A estas mediações essenciais precisa acrescentar: o diálogo intercultural e inter-religioso, a promoção da justiça e da paz, o cuidado com a criação, a enculturação e o compromisso com a reconciliação entre os povos. Tudo isso é parte integrante da obra de evangelização.

Por estas considerações, podemos perceber que a missão chama à conversão non somente os não-cristãos, mas antes de tudo a própria Igreja. Com efeito, “impõe-se uma conversão radical da mentalidade para nos tornarmos missionários” (RMi 49). Trata-se de “sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança, à missão de toda Igreja” (DAp 363), abandonando estruturas caducas (cf. DAp 365), transformando as nossas pessoas (cf. DAp 366), as nossas relações (cf. DAp 368), as nossas práticas pastorais (cf. DAp  370) e projetando-nos à missão ad gentes (DAp 376).

  Este novo panorama eclesial vê o compromisso missionário engajado necessariamente em duas frentes: a ação missionária no mundo, particularmente nas situações mais desafiadoras, e a animação missionária nas Igrejas locais. Por um lado, é preciso expressar a missão como diaconia ao mundo em termos de testemunho, serviço, diálogo e anúncio do Reino de Deus. Por outro lado, é preciso fazer com que toda comunidade eclesial se torne efetivamente protagonista da missão através uma incessante atuação de animação e motivação.

Neste segundo âmbito cabe lembrar que é dever continuar a promover uma específica animação e formação missionária em ordem a uma consagração ad vitam à própria missão. Sem missionárias e missionários consagrados não há missão nos âmbitos mais exigentes. Bento XVI recorda que “a vida consagrada resplandece em toda a história da Igreja, pela sua capacidade de assumir explicitamente o dever do anúncio e da pregação da Palavra de Deus na missio ad gentes e nas situações mais difíceis” (VD 94c). Esse testemunho não pode desaparecer ou ficar “diluído” na missão global de todo o povo de Deus (cf. RMi 34): quanto mais a missão for proposta na sua autêntica radicalidade, tanto mais será afirmado seu significado e seu valor para a vida de todos os batizados.