sexta-feira, 12 de junho de 2015

"Ide, fazei discípulos meus todos os povos!



“Igreja existe para evangelizar”
(Evangelii Nuntiandi – Papa Paulo VI)


Na revelação bíblica, a missão está intimamente relacionada à história da salvação, ao desejo de Deus de "que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade." (ITm 2,4) Por isso a missão está ligada ao envio: "Ide, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei." (Mt 28,19-20) 
Esse envio justifica e motiva a missão da comunidade cristã.

         O motivo primordial da missão é e sempre será o mandato missionário que Jesus Cristo deu aos apóstolos e aos discípulos no termo de sua existência terrena. É um ato de obediência fundamental que a Igreja deve prestar, até o fim da história, à vontade de seu autor. Por isso a Igreja procurou sempre tomar consciência de sua natureza evangelizadora. 
         A evangelização exprime a identidade, a vocação própria da Igreja, sua missão essencial: "Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, sua mais profunda identidade." (Paulo 6° "Evangelii nuntiandi", 14)
        Os cristãos não podem permanecer passivos, reduzindo, muitas vezes, sua pertença eclesial a momentos rituais. É preciso colocar toda a Igreja em "estado permanente de missão".
    
   Quando falamos da atividade missionária da comunidade eclesial, precisamos passar da missão à missionariedade, do objeto (o que fazer) ao sujeito (quem vai fazer) do mandato missionário. 
        A Igreja deve permanecer sempre a serviço da pessoa humana, colaborando concretamente para a libertação da humanidade. Também, a defesa dos direitos humanos, da dignidade da pessoa, não é oportunismo ou modismo, mas sinal de fidelidade e de autenticidade da missão evangélica da Igreja.
  
      A Igreja missionária a serviço do Evangelho faz dela uma de suas características fundamentais. Optar pelo pobre "é condição necessária e irrenunciável do caráter evangélico da ação da Igreja." (CNBB Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora, 194) É claro que assumir, sem meios termos, a causa dos excluídos e excluídas exige uma verdadeira reviravolta na própria vida. Daí "a necessidade de uma conversão de toda a Igreja para uma opção preferencial pêlos pobres, no intuito de sua integral libertação." (Documento de Puebla, 1134). Neste  Documento de Puebla, n° 562, a missão da Igreja "é imensa e mais do que nunca necessária. Para cumpri-la, requer-se a ação da Igreja toda — pastores, ministros consagrados, religiosos, leigos, cada qual em sua missão própria. 
       
    
   Na síntese da 3ª parte do Doc.Ap. ressalta que “A Igreja, para ser toda ela missionária, necessita:
desinstalar-se de seu comodismo, estancamento e tibieza; converter-se em um poderoso centro de irradiação da vida em Cristo; experenciar um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão e da acomodação; renovar as estruturas eclesiais, abandonando as ultrapassadas; passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária”. 

Não deve ser para nós um motivo de Glória sermos chamados de Missionários, porem apenas cumprimos com a nossa obrigação. Pois, como batizados já somos missionários, e quem não cumpre com essa realidade é que está negando o seu batismo.

Documentos

Os documentos do Concílio, especialmente a Lumen Gentium (Luz dos Povos, Constituição Conciliar sobre a Igreja), a Gaudium et Spes (Alegria e Esperança, Constituição Conciliar sobre a Igreja no mundo contemporâneo) e o Ad Gentes (Aos Povos,Decreto Conciliar sobre a atividade missionária da Igreja), tratam de novas realidades no campo da evangelização, aprofundando-se na natureza da Igreja como “sacramento universal de salvação”. Os documentos pós-conciliares, especialmente a Evangelii Nuntiandi (A Evangelização no Mundo Contemporâneo — Papa Paulo VI, 1975) e a Redemptoris Missio (A Missão do Redentor — Papa João Paulo II, 1990), definem conceitos missiológicos e abrem novos horizontes à Missão eclesial.


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