quinta-feira, 21 de maio de 2015

Essência da Alma Missionária




O que na vida é essencial?

Que retribuiremos ao Senhor por tudo que Ele nos deu? Essa pergunta é bíblica e podemos considerá-la essencial para não nos perdermos no supérfluo, ou ainda, nos “assessórios”. Não nos perdemos nesse tudo? Pois o próprio Criador viu que tudo “era bom” e nos colocou no meio do “tudo”.

São Basílio Magno escrevendo sobre isso faz outra interrogação: “ Como descrever os dons de Deus aos homens?” Entre tantos, diz ele, há um que por mais esforço jamais o louvaríamos condignamente: “Deus nos criou à Sua Imagem e Semelhança”. O que há, de fato, de mais essencial?

Perder essa essência é viver de tal modo que o homem seja sua própria origem, o centro de si mesmo. Nada para o semelhante, a não ser a busca do outro dos próprios interesses. Onde fica o missionário existente em cada ser humano?

Uma alma missionária começa descobrindo um coração saindo de si para o outro. “Eis-me aqui, Senhor, para fazer a Tua vontade”.

Fazer a vontade de Deus, o que é senão, descobrir-se como própria imagem e semelhança na doação de si mesmo? Descobrir em si e sair “correndo às montanhas” (Maria) e anunciar ao outro: “O Poderoso fez grandes coisas em meu favor”! Ou ainda, descobrir no outro a transformação pessoal:  “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar? A criança estremeceu no meu ventre” (Isabel), “o outro”.

Nesta missão, no Piauí, um senhor cego me perguntou: “Padre, o senhor saberá me dizer qual é a luz mais forte que existe?” Depois de um silêncio ele mesmo respondeu: “é a sabedoria”, porque mesmo com a luz do sol, a minha vida é aqui, é sempre uma escuridão. Mas a sabedoria continua iluminando minha mente e eu preciso muito dessa luz! Não é?”

Então o missionário nasce da necessidade de conhecer sua essência. Penso ser possível sem sair de si mesmo. “Quem não renuncia a tudo que possui  e até própria vida não pode ser meu discípulo”. Para muitos dizem que fazer missão na “própria casa”, até penso ser possível, todavia, precisamos tomar cuidado com os “assessórios” que adornam nossa vida e nosso ministério, seja de quem for, ordenado ou leigo.

Para ser missionário, “dentro ou fora de casa”, um pedido constante é necessário: “Ilumina, Senhor, os OLHOS de minha ALMA” para que minha mente e meu coração não se percam no essencial.
Vamos mostrar a essência de Deus em nós para que descubram no DOM de nós mesmos a essências das criaturas.


Pe. Lalim Urbinatti

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