Um dos caminhos da gênesis do discipulado nasce da
pergunta: “Mestre onde moras? Venham e vocês verão. Então eles foram... E
começaram a viver com Ele”, Jo (1,38-39). Tudo se dá a partir do “Encontro”.
Ser discípulo é bem mais do que ser “adepto de uma pessoa”. No itinerário da
missão apresentado por Jesus, ser discípulo é ver Nele o único Mestre, é fazer
de seu Projeto o ideal de vida.
Na contínua busca da descoberta do que venha ser
discípulo, encontraremos em (At 11,26) uma grande inspiração quando diz: “...
Em Antioquia chamaram pela primeira vez os discípulos de cristãos”. E o que é
ser cristão? É ser discípulo de Cristo no sentido de segui-lo e estar ligado a
Ele pessoalmente, manifestando assim, a experiência do “Encontro”. É neste
contexto que se fundamenta a vocação missionária.
Os
discípulos de Jesus não se limitavam a transmitir o que o Mestre havia dito,
palavra por palavra, mas, a serem “testemunhas” da vida e dos fatos que Jesus
realizou, anunciar o Reino e fazer com que esta realidade se tornasse possível.
Os discípulos transmitindo a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, são mais
testemunhas do que veículos das tradições e leis verbais. Como chegaram a ser
discípulos de Jesus? O Documento de Aparecida diz: “Os que se sentiram atraídos
pela sabedoria das suas palavras, pela bondade do seu tratamento e pelo poder
dos seus milagres, pelo assombro inusitado que despertava sua pessoa chegaram a
ser discípulos de Jesus” (DAp 21).
Jesus, ao
contrário dos mestres da época, era um Mestre itinerante. Não formou, por isso,
discípulos sedentários, mas os associou a suas andanças missionárias. O
discípulo é chamado a ser missionário e este, por sua vez, deixar ser
“disciplinado” pelo Mestre.
A tarefa do
discípulo, a exemplo do Mestre e sob o impulso do Espírito, é a de construir a
verdadeira comunhão entre os homens. Ele só pode ser construtor da Comunhão
porque já vive a comunhão. “Somos missionários por sermos Igreja que vive na
unidade do amor e não tanto por aquilo que fazemos” (RM, 23).
“Não
se pode testemunhar Cristo sem espelhar a Sua imagem, que é gravada em nós por
obra e graça do Espírito. A docilidade ao Espírito permitirá acolher os dons da
fortaleza e do discernimento, que são traços essenciais da espiritualidade
missionária. (...) Como então, hoje é necessário rezar para que Deus nos
conceda o entusiasmo para proclamar o Evangelho. Temos de prescrutar os
caminhos misteriosos do Espírito e, por Ele, nos deixarmos conduzir para a
verdade total (cf. Jo 16, 13)” (RMi, 87).
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